O falso médico acusado de atuar em unidades de saúde dos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte se apresentou à Polícia Federal no início da tarde desta terça-feira (10). Bruno Maurício Costa Mousinho foi identificado na semana passada, após a PF receber denúncia do médico lesado e de analisar imagens do circuito interno do Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão.
O caso foi denunciado na terça-feira passada pelo clínico geral recifense Bruno Tenório Gonçalves, de 30 anos. Ele procurou a sede da corporação e informou a existência de um falso médico que estaria se apresentando como Bruno Silva e usando o número do seu registro no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).
Conforme ele, o suspeito conhecido como Bruno Doido, estaria dando plantões nas cidades de Amaraji, Lagoa do Carro, Afogados da Ingazeira, Glória do Goitá e também em cidades da Paraíba e Rio Grande do Norte, utilizando nomes de médicos diferentes. O médico informou também que conhecia o suspeito, com quem teria cursado três períodos do curso de medicina na Faculdade de Medicina Nova Esperança, em João Pessoa.
No dia 28 de outubro, o médico estava de plantão no SAMU em Vitória de Santo Antão, quando recebeu um comunicado de que no Hospital João Murilo, em Glória do Goitá, estava acontecendo uma remoção de um paciente para a cidade de Palmares, acompanhada por um médico que estava se apresentando com o nome de Bruno Silva e o número do seu CRM.
O médico decidiu ir ao Hospital João Murilo, de onde o suspeito já havia saído, sendo informado que o falso profissional estaria realizando plantões esporádicos naquele hospital há cerca de um ano e seis meses, tendo inclusive realizado somente naquele dia, cerca de 80 atendimentos prescrevendo medicação e até entubando um paciente em estado grave.
Imagens do circuito interno de câmeras mostram o falso médico no Hospital João Murilo neste dia, entrando com um paciente entubado na emergência, falando como o médico plantonista sobre a transferência do paciente e sua movimentação dentro da unidade de saúde.
Ao tomar conhecimento, a Polícia Federal iniciou levantamentos para localizar o falso médico a fim de intimá-lo a comparecer na sede da corporação, onde ele deverá ser ouvido. Além disso, o procedimento será enviado para a Corregedoria Regional para que seja analisada a questão da competência para prosseguir nas investigações ou a transferência do caso para a Polícia Civil. Os crimes que estão sendo investigados são de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina, cujas penas podem chegar a 10 anos de reclusão.
Redação com Diário de Pernambuco