Novak Djokovic está sendo “tratado como um prisioneiro” pelas autoridades australianas, disse sua mãe, Dijana Djokovic, a repórteres durante uma coletiva de imprensa em Belgrado nesta quinta-feira (6).
Por sua vez, o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, afirmou que o tenista está sendo alvo de perseguição política.
Acredita-se que Djokovic foi transferido para o Park Hotel, em Melbourne, após ter seu visto de entrada bloqueado antes do Aberto da Austrália, de acordo com as afiliadas da CNN Seven Network e Nine News.
O hotel, anteriormente usado pelo governo australiano como uma instalação de quarentena de Covid-19, agora é usado como um local alternativo de detenção para refugiados e requerentes de asilo.
A mãe dele afirmou que conversou brevemente com o filho nesta quinta-feira, acrescentando que ele disse que não conseguia dormir.
“Eu me sinto péssima desde ontem, nas últimas 24 horas em que o estão mantendo prisioneiro. Não é justo. Não é humano”, disse Dijana. Ela chamou a acomodação atual de “terrível”, descrevendo-a como “apenas um pequeno hotel de imigração”. “É tão sujo e a comida tão horrível”, acrescentou.
“[As autoridades] não querem dar a ele nenhuma chance de se mudar para algum hotel ou casa melhor que ele já alugou”, complementou a mãe do tenista.
“O que não é jogo limpo é a perseguição política contra Djokovic, da qual participam todos”, afirmou, em coletiva de imprensa, o líder do país localizado na península balcânica. “Isso inclui o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, fingindo que as regras são válidas para todos.”
Djokovic não revelou publicamente seu status de vacinação, mas, em uma entrevista coletiva nesta quinta, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que o homem de 34 anos “não tinha uma isenção médica válida” para a exigência de vacinação para quem chega ao país.
De acordo com Our World In Data, 46,76% da população da Sérvia foi totalmente vacinada contra Covid-19.
A equipe jurídica de Djokovic buscou uma liminar urgente contra a decisão das Forças da Fronteira Australiana de revogar seu visto. O Tribunal Federal do país adiou a decisão até segunda-feira (10) sobre se ele terá permissão para permanecer na Austrália ou será deportado, de acordo com a Reuters e a emissora pública ABC.
Seu irmão, Djordje, descreveu a ação das autoridades australianas como uma “séria violação diplomática”, contando como a comunicação foi cortada abruptamente entre o jogador e sua família.
“Nos primeiros 45 minutos, eu acho, ele estava se comunicando com a família e a equipe, e isso parou abruptamente”, disse Djordje durante uma entrevista coletiva em Belgrado, nesta quinta-feira.
“Ele não teve nenhum contato porque seu telefone foi tirado por três horas e meia”, complementou.
Djokovic acabou tendo seu telefone de volta e levado para outra sala de isolamento, acrescentou seu irmão.
Depois que seu visto foi revogado, Djokovic foi levado através dos detectores de metal do Aeroporto de Melbourne e teve todos os seus pertences e malas retirados, de acordo com o irmão.
“A carteira e a muda de roupa foram-lhe tiradas”, disse Djordje. “Ele foi levado para o hotel do migrante, para um quarto sujo, e foi informado de que todos os seus pertences lhe seriam devolvidos em sua partida para a Europa”, afirmou.
Djokovic ficará na Austrália enquanto a liminar vai para os tribunais, informou a ABC.
Ele espera ganhar seu 10º título do Aberto da Austrália e o 21º título de Grand Slam, um recorde, neste mês.
O torneio começa em 17 de janeiro e termina em 30 de janeiro.
Fonte: TerraBrasilNoticias