A três dias do início do julgamento final de seu processo de impeachment no Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou na madrugada desta segunda-feira (22) em entrevista ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que não tem a menor intenção de renunciar ao mandato.
Embora aliados da líder petista digam que ela já dá seu impeachment como certo, a presidente afastada declarou que lutará “até o fim” para se manter no cargo. “Realisticamente, lutarei até o fim”, disse. “Jamais eu jogo a toalha”.
Dilma afirmou que tem conversado com senadores e vê a possibilidade de conseguir os 28 votos para se salvar. Para ela, o grupo de Temer trabalhou para antecipar a votação final do impeachment, porque tem “medo” de alguma delação premiada que mostre o “grau de comprometimento” do governo interino.
A presidente, que promete ir pessoalmente ao Senado para fazer sua defesa afirmou ser uma pessoa “extremamente tranquila” quando enfrenta situações adversas. O julgamento final do impeachment está previsto para começar na próxima quarta-feira (24) e pode se estender por cinco dias.
Defesa da presidente afastada
Dilma voltou a dizer que não cometeu nenhum crime que justifique seu impeachment, mas reconheceu que cometeu “vários erros”. “Inclusive o de não perceber que iria ser traída do jeito que fui”, afirmou. “Achei também que era possível fazer um ajuste (fiscal) rápido para sair da crise”, acrescentou.
Citada em delações feitas no âmbito da Operação Lava Jato, como a do ex-líder do governo dela no Senado e senador cassado, Delcício Amaral, a presidente afastada voltou a se defender dessas acusações e disse que não teme ser condenada e presa. “Eu sei o que eu fiz”, declarou.
Estadão