O discurso de que a direita estaria “boicotando” o governo Lula não se sustenta diante dos fatos. Na verdade, o que se vê é uma reação natural e legítima de uma oposição que representa milhões de brasileiros inconformados com os sucessivos erros, escândalos, retrocessos econômicos e a desastrosa condução do país.
Longe de ser uma conspiração, a resistência no Congresso reflete a insatisfação com um governo que prometeu crescimento, combate à fome e responsabilidade fiscal, mas entregou inflação reprimida, aumento da violência, crescimento pífio e mais carga tributária sobre quem produz. Lula tenta culpar a oposição por sua própria incapacidade de governar, enquanto segura projetos que poderiam, sim, reduzir impostos sobre a classe trabalhadora, mas insiste em priorizar aumento de arrecadação em cima de investidores, setor produtivo e classe média.
O contingenciamento de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares, longe de ser um “contra-ataque brilhante”, é, na prática, uma chantagem institucional. Ao se negar a dialogar, Lula escolhe repetir práticas antigas que ele próprio criticava quando era oposição: paralisar o Congresso e governar na base do confronto e da ameaça.
A declaração de Lula sobre disputar um quarto mandato beira a confissão pública de que ele governa apenas pensando nas urnas, e não no país. É um retrato fiel de um projeto de poder personalista, que não aceita críticas nem freios institucionais.
A queda acentuada da sua popularidade não é obra das redes sociais ou da “direita conspiradora”, como tenta fazer parecer. É fruto direto da realidade enfrentada pelos brasileiros: violência crescente, economia patinando, gasolina nas alturas, crédito escasso, desemprego disfarçado e serviços públicos em colapso.
Se Lula acredita que, mais uma vez, os brasileiros vão ignorar a realidade e se deixar enganar por narrativas, pode se surpreender em 2026. A diferença agora é que o povo está mais atento, informado e disposto a reagir — não se trata de conspiração, mas de consciência.
* Editor, ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, ex-coordenador-geral da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), ex-diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), ex-diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e ex-delegado Titular da Delegacia de Combate ao Narcotráfico. Ex-secretário de Segurança de Aracati. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Jornalista, comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas na área de prevenção de comportamentos irregulares
Fonte: cesarwagner.com