Líderes do Mercosul e da União Europeia anunciaram um controverso acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos, durante a Cúpula do Mercosul realizada na cidade de Mont Viel, no Uruguai. A parceria visa integrar os mercados dos dois blocos, criando um mercado comum de mais de 700 milhões de pessoas, com um PIB combinado superior a 22 trilhões de dólares. O anúncio gerou grande expectativa, mas, apesar da celebração, o acordo ainda não tem efeitos práticos imediatos. Para que ele se concretize, é necessária a aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia, além de enfrentar a resistência de países importantes dentro do bloco, como a França e a Polônia, que já se manifestaram contra a proposta. Não foi estabelecido um prazo para a conclusão do acordo, e especialistas estimam que o processo pode levar meses, considerando as dificuldades políticas internas da União Europeia.
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Embora o acordo seja visto como um passo positivo para a economia de ambos os blocos, especialmente para o Brasil, o segundo maior parceiro comercial da União Europeia, atrás apenas da China, os efeitos ainda são incertos. Alguns analistas projetam um impacto econômico positivo de até 3,37 bilhões de reais até 2044, caso o acordo seja efetivamente ratificado. No entanto, a resistência de países como França e Polônia, que possuem interesses conflitantes em relação ao acordo, pode atrasar ainda mais a assinatura. Em 2019, um acordo semelhante foi concluído, mas acabou não se concretizando, o que gerou ceticismo quanto à viabilidade de um novo entendimento. A ausência de um consenso entre os membros da União Europeia e as preocupações políticas internas tornam a situação ainda mais incerta, deixando o futuro do acordo em suspenso.
O cenário também reflete um temor crescente entre os líderes europeus em relação a possíveis mudanças políticas e econômicas com a ascensão de figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com uma postura protecionista e de resistência a acordos internacionais, Trump representaria uma ameaça ao modelo globalista que muitos líderes da União Europeia e do Mercosul têm defendido. Esse temor parece ser um dos motivadores do acordo, buscando fortalecer as alianças comerciais antes de um possível retorno de uma política externa mais agressiva dos Estados Unidos. Contudo, mesmo com o entusiasmo de alguns líderes, a implementação do acordo permanece incerta e dependerá de superação de obstáculos políticos significativos, principalmente dentro da União Europeia.
Fonte: pensandodireita