Presidente da Câmara classificou resposta dada pelo Ministério da Agricultura de ‘leniente’. E afirmou que é ‘temerário’ que o Congresso, entidades, governo federal e Itamarary não se posicionem mais ‘firmemente’. Arthur Lira fala sobre comissão especial para analisar anistia do 8/1
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) criticou a retratação do CEO global da rede Carrefour, Alexandre Bompard, nesta terça-feira (26). Segundo Lira, a carta endereçada ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com um pedido de desculpas, foi “muito fraca”.
“No meu ponto de vista, foi muito fraca, dado o estrago de imagem que produziu o CEO da rede Carrefour”, mencionou Lira.
O presidente da Câmara também classificou como “leniente” a resposta dada pelo Ministério da Agricultura diante da retratação.
Lira acrescentou que é “temerário” o Congresso Nacional, entidades, o governo federal e o Itamaraty não se posicionem mais firmemente diante do que chamou de “crescente de narrativas que visam gerar desinformação.”
🔎Na semana passada, Alexandre Bompard disse que a rede deixaria de comprar carne do Mercosul, o que causou uma reação dos frigoríficos brasileiros
Em um dos trechos da carta desta terça, endereçada ao ministro e divulgada pelo blog do Valdo Cruz, Bompard enalteceu a parceria de longa data com o mercado brasileiro.
Em outra parte do documento, o CEO do Carrefour frisou:
“Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas.”
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Reconhecimento formal
Para Lira, o ideal seria “um reconhecimento formal da qualidade dos produtos brasileiros”, contudo, o presidente da Câmara não detalhes de como seria isso.
“O Brasil não quer que ninguém compre os produtos à força. A gente vê escolha de quem comprar, escolha igual de cada país. Não há um país do mundo que tenha as reservas que o Brasil tem, não há um país do mundo que tenha as reservas privadas que o Brasil tem, que tenha as reservas indígenas que o Brasil tem”, ponderou Lira.
Além da carta enviada à Fávaro, o Grupo Carrefour também emitiu uma nota à imprensa nesta terça-feira (26) fazendo referência à qualidade da carne brasileira.
Carlos Fávaro classificou a retratação desta terça como uma “vitória” do Brasil. Frisou que o país sai “fortalecido para negociações como a do acordo Mercosul e União Europeia”. “Agora, tudo volta ao normal”, disse.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também confirmou — em nota publicada no site do órgão — o recebimento da carta. Elogiou o setor produtivo e reiterou “os elevados padrões de qualidade, sanidade e sustentabilidade da produção agropecuária brasileira”.
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Boicote de carne brasileira
O embate entre o Grupo Carrefour e os frigoríficos brasileiros começou na última quarta-feira (20), quando Bompard divulgou um comunicado em suas redes sociais no qual dizia que a gigante francesa não comercializaria mais carnes provenientes do Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A decisão do Carrefour na França de não comprar a carne dos países do Mercosul foi tomada em meio a protestos do setor agrícola francês, que é contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia por acreditar que o tratado prejudicará a venda dos produtos europeus.
Depois dessa publicação do CEO da empresa, alguns frigoríficos interromperam o fornecimento de carne à rede de supermercados no Brasil, que lamentou a situação e admitiu impacto da decisão. Em entrevista à GloboNews nesta segunda (25), Fávaro apoiou o boicote.
Na ocasião, Fávaro avaliou que o problema não foi a decisão em si, mas a forma com que o CEO do Carrefour se manifestou, colocando em dúvida a qualidade sanitária das carnes brasileiras.
Nesta terça, Fávaro reforçou que a ação por parte dos produtores brasileiros foi “de soberania, defesa do Brasil e de seus produtos”.
Fonte: G1