Pelo menos 2.456 lobistas de combustíveis fósseis tiveram acesso às negociações climáticas da COP 28, aponta um relatório divulgado nesta terça (5) pela Kick Big Polluters Out, uma coalizão de grupos ambientais formada por entidades como o Greenpeace e o 350.org.
A taxa representa um aumento significativo em relação ao ano anterior, com ativistas apontando um número de delegados quatro vezes maior nesta atual edição da cúpula da ONU. No ano passado, 636 pessoas ligadas às indústrias de carvão, petróleo e gás estiverem presentes em Sharm el-Sheikh.
“Num ano em que as temperaturas globais e as emissões de gases com efeito de estufa quebraram recordes, houve uma explosão de lobistas dos combustíveis fósseis”, afirmou o grupo em um comunicado.
Ainda segundo a coalizão, os lobistas associados aos combustíveis fósseis obtiveram acesso ampliado à COP 28, superando em quantidade todos os delegados das dez nações mais vulneráveis ao clima juntos (cerca de 1509).
“Isso destaca como a presença da indústria ultrapassa a dos indivíduos na vanguarda da crise climática”, acrescentou o grupo.
A França, por exemplo, incluiu gigantes dos combustíveis fósseis como a TotalEnergies e a EDF em sua delegação nacional, já a Itália trouxe uma equipe de representantes da multinacional petrolífera ENI, e a União Europeia trouxe funcionários da BP, ENI e ExxonMobil.