O perigo do plástico e microplástico nos oceanos e dentro dos animais já é algo relatado com frequência. Até mesmo rochas estão sendo formadas por pedaços de plástico no arquipélago mais distante do litoral brasileiro. No meio de tantos dejetos estranhos que já foram parar dentro de vários animais marinhos, agora veterinários encontraram pela primeira vez restos de máscara dentro do estômago de uma tartaruga no Espírito Santo.
O veterinário e coordenador de veterinária do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), Leandro Egert, participou da necropsia do animal, uma tartaruga-verde jovem que foi encontrada morta na orla de Camburi, em Vitória, no final de agosto.
Segundo o veterinário, esse foi o primeiro registro no estado do material que era utilizado com frequência nos anos em que o uso de máscara era obrigatório durante a pandemia da Covid-19.

Pesquisadores descobrem rochas de plástico no arquipélago quase inabitado mais distante do litoral brasileiro
Durante toda a pandemia, vários registros de descartes irregulares de máscaras foram feitos e, para o veterinário, era apenas uma questão de tempo até ela ir parar no estômago de tartarugas.
“Desde que começou a história sobre descarte, às vezes algum fragmento menor pode ter aparecido, mas foi o primeiro registro nosso do Ipram. Nesse registro você consegue diferenciar bem, ver direitinho a parte da máscara que fica no nariz”, comentou Leandro.