“As mudanças climáticas são um problema real e atual! Logo mais, nós, população, seremos completamente afetados e teremos cada vez menos tempo para mitigar essas mudanças, prolongando o problema”.
O depoimento, do biólogo Helder Telles Stapait, de Presidente Venceslau (SP), versa sobre um cenário palpável a todos os seres que habitam o planeta Terra e que já sentem os reflexos negativos desse fenômeno.
Neste domingo (3) em que é celebrado o Dia do Biólogo, o especialista em Gerenciamento Ambiental e atual assessor da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (Seclima), em São Paulo (SP), compartilha com o g1 detalhes de uma experiência que levou à elaboração de um projeto a ser apresentado na Conferência das Partes (COP) 28, órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no fim do ano.
O encontro, que neste ano acontecerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, reunirá trabalhos desenvolvidos pelos participantes do projeto Mercocidades: “Medir e planejar diante da mudança climática”, no qual o venceslauense marcou presença representando o Brasil junto à assessora da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Laura Lúcia Ceneviva, a convite da Secretaria Municipal de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo.
No evento, que ocorreu em Montevidéu entre os dias 22 e 23 de junho, estiveram representantes da Argentina, do Brasil, do Chile, do Peru e do Uruguai, ocasião em que trocaram experiências sobre as ações desenvolvidas para mitigar as causas das mudanças climáticas em cada localidade.
“Nós tivemos uma base do que os outros países estão fazendo em relação às mudanças climáticas. Para se ter ideia, a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas só existe em São Paulo, onde eu trabalho, e em Niterói (RJ). Embora outras estejam sendo criadas, até o momento, só existem duas no Brasil. Em toda a América, existem quatro. São pouquíssimas as secretarias que lidam com esse tema”, observou ao g1.
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Evento reuniu representantes da Argentina, do Brasil, do Chile, do Peru e do Uruguai — Foto: Red Mercociudades/Flickr
Ainda de acordo com Stapait, de todos os países que participaram do encontro, apenas o Brasil e a Argentina possuem secretarias específicas sobre mudanças climáticas, o que acende um alerta a respeito das medidas implementadas atualmente para cessar os reflexos desse fenômeno sobre o mundo.
“No Uruguai, testemunhamos o que a falta de chuva tem feito para o abastecimento de água para a produção e população. Impactos econômicos altíssimos. Temos muitos outros surgindo a cada ano e não estamos prestando a devida atenção! Outro exemplo é a alta temporada de secas seguidas de grandes incêndios florestais. A falta de chuva não é normal, ela é resultado do desmatamento que desregula completamente o ciclo de chuvas da região, o que afeta o abastecimento, absorção de calor e abastecimento de água. Isso sem citar o desequilíbrio de todo o ambiente”, ressaltou.
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Helder Telles Stapait e Laura Lúcia Ceneviva trocaram experiências com outros países sobre como conter as causas das mudanças climáticas — Foto: Red Mercociudades/Flickr