Muitas pessoas convivem com o transtorno de acumulação compulsiva, a condição caracterizada pela dificuldade em descartar pertences, o que gera muito sofrimento. Na terça-feira (3), o caso de uma mulher que chegou a acumular cinco toneladas de lixo durante 25 anos chamou a atenção em Maceió.
A dificuldade de descartar pertences é mais comum do que se pode imaginar. Diferentemente de colecionadores, que organizam, limpam e catalogam itens, os acumuladores tendem a guardar objetos sem qualquer tipo de organização.
Na maioria dos casos, quem possui o transtorno não aceita a condição e entra em negação, o que dificulta o tratamento. Em entrevista ao Bom Dia Alagoas, a psiquiatra Jordana Farias destaca que a compulsão pelo acúmulo de coisas pode gerar, inclusive, o isolamento dos acumuladores.
“O transtorno da acumulação é um transtorno complexo e os pacientes acabam acumulando tanto que os ambientes da casa ficam inacessíveis. É perigoso para essas pessoas, que tendem a se isolar muito porque já que a família passa a criticar e brigar. Isso acaba sendo muito ruim para as pessoas [com o transtorno] porque eles não têm a percepção que aquilo ali está sendo algo exagerado”, disse.
Com pilhas de coisas espalhadas pela casa, as pessoas que convivem com um acumulador muitas vezes não conseguem nem mesmo transitar entre entre os cômodos. Enquanto a pessoa com o transtorno tem a tendência de acumular cada vez mais, familiares e amigos tendem a se afastar.
Mas como ajudar uma pessoa que sofre com o transtorno? A médica explica que é preciso empatia para acolher sem julgar. Outra coisa importante é convencer quem sofre do transtorno a procurar apoio psicológico.
“É como se você estivesse tirando uma parte da personalidade dele. Por isso, é fundamental que a família fique atenta para ajudar no tratamento. A família tem que ser uma rede de apoio, brigar não vai adiantar”, ressaltou a psiquiatra.
Fonte : G1