A comemoração do Dois de Julho em Salvador, nesta quarta-feira (2), foi marcada pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de aliados políticos, que encontraram tanto aplausos quanto vaias durante a tradicional caminhada que homenageia a independência da Bahia. O evento é realizado anualmente para lembrar a expulsão definitiva das tropas portuguesas do território baiano, consolidando a independência do Brasil.
O presidente Lula participou de parte do trajeto, acompanhado de apoiadores e autoridades locais. A presença do chefe do Executivo atraiu grande atenção e movimentação popular, consolidando a importância da data no cenário político e histórico do país. Apesar do clima de festa, a chegada de figuras como o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado, gerou reações mistas entre os presentes.
Registros feitos por participantes mostraram que, ao entrarem no cortejo, os dois petistas foram recebidos por vaias de alguns grupos. Ao mesmo tempo, outros participantes do evento demonstraram apoio com aplausos. Os dois políticos mantiveram postura serena, acenando e seguindo a caminhada sob escolta de segurança, sem se abalar com as manifestações contrárias.
O Dois de Julho tem grande valor para os baianos, pois celebra um marco regional da independência nacional. A participação de Lula na celebração deste ano coincidiu com a apresentação de um projeto de lei ao Congresso que pretende instituir oficialmente a data como o Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil. A proposta busca destacar o papel histórico da Bahia no processo de libertação do domínio português, que se estendeu por meses após o 7 de Setembro.
O projeto, no entanto, não prevê a criação de um novo feriado. Lula explicou que o Brasil já possui muitos dias de descanso oficial e que o objetivo da proposta é valorizar a data histórica, sem gerar impactos no calendário produtivo. A medida tem valor simbólico, ao reconhecer a luta baiana como parte essencial da independência do país.
A tradicional caminhada pelas ruas de Salvador foi marcada por manifestações culturais, blocos históricos e participação popular, refletindo o espírito cívico da data. No entanto, a presença de lideranças políticas de destaque nacional deu ao evento um tom mais politizado, evidenciando as divisões ideológicas existentes no atual cenário brasileiro.
Apesar das manifestações contrárias, a participação de Lula reforçou a importância da Bahia em sua trajetória política e a força simbólica do estado na história do Brasil. A recepção dividida demonstra que mesmo eventos históricos e cívicos não escapam da polarização política atual, tornando o Dois de Julho, além de um momento de celebração, também um palco de disputas de narrativas.
Fonte: pensandodireita.com