A saída do PDT da base do governo Lula na Câmara – 17 parlamentares- após a demissão de Carlos Lupi da Previdência, escancara mais do que um simples rearranjo partidário: é um recado direto de Ciro Gomes e seus aliados. A substituição de Lupi por Wolney Queiroz, nome de perfil mais moderado e ligado ao centrão, foi lida internamente como desprestígio e intervenção na autonomia partidária, acirrando a crise interna que já se arrastava desde o fracasso eleitoral de 2022.
No xadrez político, o PDT assume agora um papel estratégico: não mais governista, mas também não declaradamente opositor, posicionando-se como força de chantagem moderada em votações-chave no Congresso. Para o Planalto, a perda é grave — a base já era instável, e esse movimento sinaliza que a confiança nos acordos políticos de Lula está ruindo.
Nos bastidores, Ciro Gomes sai fortalecido. Com o distanciamento do lulismo e acenos sutis a setores independentes e conservadores, ele prepara terreno para 2026. No tabuleiro da política, quem rompe primeiro nem sempre perde — às vezes, antecipa o xeque-mate.
Fonte: cesarwagner.com