A Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti de Oliveira, para onde Fernando Collor foi levado após ser preso no aeroporto em Maceió, está superlotada. São 429 presos a mais que a capacidade máxima. Por ser ex-presidente da República, Collor foi levado para uma ala especial, com direito a cela individual.
O ex-presidente foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro em um processo derivado da Lava Jato que investigou um esquema ligado a contratos da BR Distribuidora. A prisão aconteceu na madrugada de sexta-feira (25). (Leia mais abaixo).
O presídio possui capacidade para 892 presos, mas tem 1.321, segundo o levantamento mais recente da secretaria estadual de administração penitenciária, atualizado na última terça-feira (22). Distribuídos em 7 módulos, são 1.213 presos já condenados e 108 presos provisórios, que ainda aguardam julgamento.
A cela de Collor é diferente das outras porque não tem grades, é uma sala com uma porta. Apesar da superlotação no presídio, de acordo com o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Alagoas, essa ala especial tem menos presos, e por isso é mais limpa e organizada.
Na mesma penitenciária estão o advogado e influenciador João Neto, preso em flagrante por violência doméstica, e o ex-policial militar e também influenciador Kel Ferreti, condenado por estupro.
Construída em 1999, a penitenciária conta com um abrigo para acomodar familiares dos presos que aguardam o horário da visita, um parlatório para os encontros dos presos com os advogados e um espaço para celebrações religiosas.
As visitas acontecem normalmente aos fins de semana, mas a depender do cronograma da administração penitenciária, pode haver visitas em dias úteis específicos.
O presídio possui equipamento de bodyscan para raio-x. O objetivo é identificar e evitar que visitantes levem escondidos no corpo objetos ilícitos para os presos.
As apreensões de objetos ilícitos são recorrentes na unidade prisional. Em novembro do ano passado, policiais penais flagraram mãe e esposa de um preso tentando entrar com bananas recheadas com maconha durante o dia de entrega de alimentos no sistema prisional. Elas foram detidas e levadas para a delegacia.
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso de madrugada no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, quando tentava embarcar de Maceió (AL) para Brasília.
A prisão foi determinada na quinta-feira (24) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que rejeitou os recursos da defesa contra a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão em um desdobramento da Operação Lava Jato. (Entenda o processo mais abaixo)
A decisão monocrática era analisada em uma sessão em plenário virtual pelos demais ministros, que já formaram maioria de votos para manter a prisão de Fernando Collor. No entanto, o ministro Gilmar Mendes pediu, ainda pela manhã, que o caso saísse do plenário virtual e fosse para o plenário físico – quando a decisão final deve ser tomada. Até lá, Collor permanecerá preso.
Fonte: G1