Durante um evento com representantes da construção civil em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou novo desgaste político ao relatar uma conversa com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, ocorrida durante a Cúpula do G7, no Japão, em maio de 2023. Na ocasião, Lula fez críticas às projeções econômicas feitas pela entidade e usou uma expressão considerada machista ao se referir à dirigente do órgão internacional.
Ao recordar o encontro, o presidente narrou que a economista havia previsto um crescimento de apenas 0,8% para o Brasil em 2023, dado que, segundo ele, não condizia com a realidade do país. Lula afirmou que reagiu de forma dura à declaração, questionando a autoridade da representante do FMI para fazer tal previsão. Ele também imitou a fala de Georgieva com ironia, demonstrando insatisfação com a postura da economista.
O trecho mais polêmico do discurso foi quando o presidente se referiu à diretora como “mulherzinha”, termo que gerou reação negativa e foi interpretado como ofensivo e desrespeitoso. A fala provocou críticas de diversos setores, que apontaram o uso de uma linguagem depreciativa ao se dirigir a uma mulher em cargo de liderança.
Lula também utilizou a ocasião para atacar economistas e o mercado financeiro, acusando-os de falhar constantemente em suas análises sobre a economia brasileira. De acordo com o presidente, esses especialistas costumam adotar uma visão pessimista, descolada da realidade e influenciada por interesses contrários ao seu governo. Como contraponto, Lula destacou o crescimento de 3,2% registrado ao fim de 2023, número bem acima das previsões iniciais.
Além disso, o presidente comentou sobre a participação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Cúpula do G7, sediada em Hiroshima, cidade que foi alvo de um ataque nuclear americano em 1945. Lula demonstrou desconforto com a presença de Biden no local, dizendo que, se estivesse em seu lugar, não compareceria por considerar a visita inadequada diante do simbolismo histórico do evento.
As declarações do presidente repercutiram de forma intensa, especialmente nas redes sociais, e foram usadas por opositores como evidência de posturas problemáticas no discurso presidencial. O uso de termos considerados ofensivos e a maneira como Lula lida com críticas de instituições internacionais voltaram a ser debatidos por analistas políticos.
Apesar da polêmica, Lula manteve seu posicionamento de crítica às previsões econômicas feitas por órgãos internacionais e ao que considera uma tentativa constante de descredibilizar o governo brasileiro. Ele reforçou sua confiança no desempenho da economia e na capacidade do país de superar os prognósticos negativos feitos por analistas do mercado e instituições estrangeiras.
Fonte: pensandodireita