O fundador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, intensificou as críticas ao governo federal diante do que ele considera uma grave inoperância no avanço da reforma agrária no Brasil. Em declarações recentes, o líder do movimento afirmou que a falta de ações concretas não pode ser justificada e reforçou a necessidade de medidas urgentes para atender às demandas de milhares de famílias que aguardam pela regularização de terras.
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“Não há desculpa para explicar a inoperância do Executivo em relação à reforma agrária”, declarou Stédile, demonstrando insatisfação com a falta de prioridade dada à pauta. O MST, que há décadas luta pela redistribuição de terras e pela garantia de condições dignas de vida para trabalhadores rurais, tem pressionado o governo por uma postura mais assertiva diante do tema, que considera essencial para o desenvolvimento do país.
As críticas ocorrem em um momento em que o debate sobre a reforma agrária volta a ganhar relevância no cenário político. Apesar de promessas de campanha que sinalizavam compromisso com a pauta, o governo federal enfrenta desafios para implementar políticas eficazes nesse setor. Entre os entraves, destacam-se a burocracia, a resistência de setores conservadores e a dificuldade em conciliar interesses diversos dentro do Congresso Nacional.
Para Stédile, no entanto, essas barreiras não justificam a falta de ação. Ele destacou que o atual governo tem condições de avançar na redistribuição de terras e na promoção de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar, mas que falta vontade política. Segundo ele, a reforma agrária não deve ser tratada como um tema secundário, mas como uma prioridade estratégica para o combate à desigualdade no campo e para a soberania alimentar do país.
O MST, que historicamente adota estratégias de pressão e mobilização, sinaliza que pode intensificar suas ações caso não haja mudanças na postura do governo. Ocupações de terras improdutivas, manifestações e campanhas de conscientização estão entre as medidas que o movimento pode adotar para chamar a atenção da sociedade e do poder público.
Especialistas avaliam que a falta de avanços na reforma agrária reflete uma dificuldade histórica do Brasil em enfrentar a concentração fundiária, um dos principais fatores de desigualdade social no país. De acordo com dados recentes, cerca de 1% dos proprietários rurais controlam quase metade das terras agrícolas brasileiras, enquanto milhões de famílias ainda não têm acesso a terras para produção.
Embora o governo tenha lançado programas voltados ao desenvolvimento rural, como incentivos à produção agrícola sustentável e crédito para pequenos produtores, o MST argumenta que essas iniciativas não substituem a necessidade de uma reforma estrutural. Para o movimento, sem a redistribuição de terras, o país continuará refém de um modelo agrícola concentrador e excludente.
Fonte: pensandodireita