Os laudos periciais da Polícia Científica e do Corpo de Bombeiros apontaram que a explosão no apartamento que causou a morte de três pessoas no Residencial Maceió I foi causada por vazamento de gás de cozinha e armazenamento inadequado de botijões. Os resultados das perícias foram divulgados nesta sexta-feira (6) em entrevista coletiva em Maceió.
A investigação constatou que o vazamento de gás no apartamento onde ocorreu a explosão foi causado pelo armazenamento incorreto de botijões e a transferência irregular de um botijão para outro.
O proprietário do apartamento era o vendedor de churros Gilvan da Silva, de 57 anos, que morreu no local. Também morreram o neto dele, Tharlysson Felipe da Silva Ferreira, 10 anos, e o vizinho, Wesley Lopes da Silva, de 36 anos. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
A violência da explosão arremessou o avô e o neto a 30 metros de distância. Segundo o perito criminal especialista em explosivos, Gerard Deokaran, a explosão teve um impacto de aproximadamente 155 metros, resultando no desabamento do prédio e em danos severos em outras unidades.
“A explosão, como a gente suspeitava, foi causada por um vazamento de gás de cozinha. A literatura mostra que foi uma explosão muito incomum. Foi como se uma bomba tivesse sido jogada, um cenário parecido como um cenário de guerra. A gente pode comparar como se um avião de guerra tivesse soltado uma bomba no prédio. A explosão teve um raio de 155 metros”, disse o perito.
O Corpo de Bombeiros apontou hipóteses para a deflagração da explosão, como acionamento de um interruptor.
“Uma hipótese é de um evento humano acidental, não intencional, que provavelmente tenha ocorrido, inicialmente, com fósforo, acendimento de um interruptor ou até um isqueiro. Esta é uma hipótese válida. A outra envolve algum fenômeno termoelétrico dentro da própria residência, no mesmo momento em que havia quantidade de gás suficiente para causar a deflagração”, disse o Major Holanda.
O perito criminal Marcelo Velez destacou o raio e a quantidade de destruição que foi constatada na perícia do local. Mais de 100 unidades habitacionais foram examinadas pelas equipes. Ele explicou que a existência de modificações irregulares nas estruturas das unidades residenciais contribuiu para a propagação do evento explosivo.
“Lembramos que é proibida a realização de alterações sem inspeção e aprovação prévia de um engenheiro projetista responsável. Em decorrência dessas modificações estruturais das paredes do piso térreo, é possível que tenha acontecido uma fragilização da estrutura como um todo, aumentando o raio de destruição constatado no local”, afirmou o perito.
Investigação policial
Os laudos serão entregues à Polícia Civil para a conclusão do inquérito. O delegado Sidney Tenório afirmou que há possibilidade de pedir a extinção da punibilidade do proprietário do apartamento onde ocorreu a explosão.
“Dentro do inquérito policial ainda investigamos se existe outra pessoa que participou de alguma forma desse tipo de crime. Mas, com as falas de hoje dos peritos criminais e do Corpo de Bombeiros, a tendência é de o inquérito ser concluído com autoria, mas com extinção da punibilidade pela morte do autor”, afirmou o delegado.
Fonte: G1