Conclusão está em relatório final da PF do inquérito sobre tentativa de golpe. Ministro Alexandre de Moraes retirou sigilo da operação e encaminhou caso à PGR. A Polícia Federal afirma que o candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, general Walter Souza Braga Netto, estimulou ataques e pressões aos então comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior, porque estes não estavam aderindo a ações golpistas.
As conclusões dos investigadores estão no relatório que foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, retirou o sigilo do documento.
Moraes encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer, ou não, uma denúncia contra 37 indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa.
No relatório final, os investigadores afirmam que Braga Netto orientou Ailton Barros – um ex-capitão do Exército que incitava militares a praticarem um golpe – a incentivar pressões e ataques contra os comandantes do Exército e da Aeronáutica.
Em trocas de mensagens com Ailton Barros no dia 14 de dezembro de 2022, Braga Netto chamou Freire Gomes de “cagão” e que a cabeça dele deveria ser oferecida aos leões.
WALTER SOUZA BRAGA NETTO encaminhou outra mensagem que teria recebido de um “FE” (Forças Especiais), coma seguinte afirmação: “Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e do Gen FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”.
Em resposta, AILTON BARROS sugere continuar a pressionar o General FREIRE GOMES e caso insistisse em não aderir ao Golpe de Estado afirmou: “vamos oferecer a cabeça dele aos leões”. BRAGA NETTO concorda dá a ordem: “Oferece a cabeça dele. Cagão”. Ainda no contexto do referido diálogo, BRAGA NETTO encaminha uma mensagem de texto, seguida de uma imagem (cortada), que seria uma manifestação em frente à residência do General FREIRE GOMES para pressioná-lo, revelando a ação coordenada dos integrantes da organização criminosa. Diz: “Em frente à residência do general Freire Gomes agora”
Fonte: G1