A atual gestão pública de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, foi surpreendida na semana passada com denúncia de que o prefeito estaria coordenando um esquema de corrupção envolvendo um vereador que seria beneficiado com a ‘mão de obra’ de servidores contratados pela administração. Os funcionários deixaram suas pastas de origem para atuar exclusivamente no gabinete do parlamentar, mas com salários pagos pela prefeitura e não pelo vereador.
A denúncia foi feita nas redes sociais pelo advogado José Fábio Bernardo que afirmou que levará o caso ao Ministério Público (MP), pois o Termo de Cooperação Técnica e Administrativa assinado pelo prefeito Luciano Barbosa configuraria crime de corrupção, com o propósito de garantir apoio do vereador arapiraquense na campanha de deputado federal do filho do gestor, em 2022. Indagada sobre o assunto, desde o dia 14/12, a assessoria municipal não quis se pronunciar.
De acordo com o advogado, trata-se de uma situação clara e evidente de corrupção envolvendo um ‘acordo político’ entre a prefeitura e o vereador Damião Vicente Campos (Vicente do Remédio) em troca de votos para o filho do prefeito de Arapiraca nas eleições do próximo ano. Ele faz questão de afirmar que fará denúncia de corrupção junto ao MP por corrupção e uso de verba pública em compra de votos.
“Todos os vereadores já tem seus assessores. O porquê destas cinco pessoas estarem lotadas no gabinete de Vicente do Remédio? As provas estão aí. O documento é assinado por esse prefeito perseguidor, irresponsável, que está colocando os pobres na justiça pra cobrar IPTU e isso é inadmissível. O prefeito está usando a máquina pública pra tentar eleger o filho dele, não é outra coisa”, frisou.
O advogado José Fábio Bernardo lembra que quando existe alguma necessidade, a prefeitura pode ceder servidores efetivos para outros órgãos, como Cartório Eleitoral, Fórum da Cidade ou Câmara de Vereadores, mas não poderia fazer esse tipo de ‘transação’ com funcionários públicos contratados e ainda assim para o gabinete de um único vereador e não para a Câmara Municipal, justificado pela carência de pessoal e a falta de concurso público. Fábio disse que a ‘transação’ está custando mais de R$ 15 mil por mês que deveriam ser custeados pelo salário do próprio vereador.
“Ele poderia ceder se as pessoas fossem concursadas, mas contratadas não. E qual a necessidade de ceder essas cinco pessoas pra um gabinete de vereador, que nem gabinete tem. Só tem o gabinete do presidente da Câmara. O povo merece respeito, eu sou um cidadão, pago os meus impostos e todo mundo precisa saber o que o prefeito e o vereador Vicente do remédio estão fazendo; isso é uma vergonha!”, disse JFB (foto abaixo).
O vereador citado na denúncia não foi localizado.
Fonte: SegundoDaNoticia