O Conselho de Sentença da 8ª Vara Criminal de Arapiraca condenou José Wlisses da Silva a oito anos de prisão pelo assassinato de Márcio Gomes Alves, morto a pedrada em março de 2015. O júri popular foi conduzido nesta quarta-feira (21) pelo juiz Jandir de Barros Carvalho, titular da unidade judiciária.
O réu poderá apelar em liberdade, uma vez que esteve solto durante a instrução criminal. No julgamento, foram ouvidos o irmão da vítima e a mãe do acusado. O primeiro a depor foi Marcelo Alves Gomes, irmão de Márcio Gomes Alves. Ele disse que soube que Wlisses tinha admitido ser o autor do assassinato de seu irmão em entrevista a uma rádio local. Ao ser questionado pela defesa, Marcelo contou que vítima já tinha sido presa, em Major Izidoro, sob a acusação de estupro.
“Sei que ele foi preso, mas não sei quanto tempo foi. Nós não tínhamos muito contato, era mais nos finais de semana. Ele não me falou de nenhum problema com ninguém antes de morrer”, informou o irmão.
Representando o Ministério Público de Alagoas, o promotor de Justiça José Alves de Oliveira Neto explicou para os jurados que a vítima não foi condenada, uma vez que o exame comprovou que não houve crime de estupro.
Também foi ouvida a mãe do réu, Maria Aparecida dos Santos, que confirmou que o réu teria ido para sua casa depois de cometer o crime e disse que estava de cabeça quente, sem mencionar o que fez. A testemunha também disse que soube do crime pelo rádio e que a vítima já tinha sido seu vizinho por algum tempo, mas que nessa época seu filho morava em São Paulo.
A defesa do réu foi realizada pelo defensor público Roberto Alan Torres de Mesquita e seu assistente, Felipe de Oliveira Santos.
Durante o interrogatório, o réu negou que tivesse assassinado a vítima, afirmando que confessou o crime porque a polícia estava dizendo que tinha sido ele e ficou com medo de ser agredido.
“Na entrevista eu não falei que matei, eu disse que se tivesse alguém que soubesse que eu matei que fosse dizer. Nós pegamos uma discussão e ele bêbado se invocou comigo, fez um movimento de colocar a mão na cintura. Depois da discussão fui para a casa da minha mãe e depois ouvi a notícia [do homicídio]”, contou.
José Wlisses também disse que depois da discussão foi embora porque viu que a vítima estava bêbada e que não queria confusão. “Passei um ano e sete meses preso sem ter culpa. Fico com o psicológico meio abatido, preso num lugar onde só tem bandido, marginal. Deixei minha mãe sozinha, sempre trabalhei para ajudar ela”, disse.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas, o réu e a vítima tiveram um desentendimento no dia anterior ao crime, tendo a vítima ameaçado José Wlisses com uma faca. No dia seguinte, o acusado colidiu propositalmente sua motocicleta com a da vítima, que foi jogada em uma cerca.
José Wlisses atacou Márcio Gomes com uma pedra. Depois da ação, o réu foi para sua residência, porém pensando que a vítima ainda estivesse com vida, retornou ao local do crime e desferiu mais dois golpes na cabeça da vítima, que ficou totalmente desfigurada.
Assessoria