Estreante em novelas como a personagem Estela em “O Outro Lado do Paraíso“, Juliana Caldas, atriz portadora de nanismo, conta que sua caminha até as telas da Globo não foi fácil. Em entrevista ao Purepeople, a artista relata sofrer preconceito e as dificuldades tanto para permanecer no mercado de trabalho quanto para se divertir devido à sua condição física.
e na trama que substitui “A Força do Querer” a personagem de Juliana Caldas sofre rejeição da própria mãe, Sophia, interpretada por Marieta Severo, no dia a dia a atriz sente na pele a discriminação de desconhecidos. “As pessoas veem o anão como o coitadinho ou para trabalhar com o humor pejorativo. Acham que a gente é incapaz. Quando entrega um currículo, eles aceitam porque são obrigados, porque é lei. Não porque acham que você é capaz. Já passei por situações em que a criança ria de mim e o pai ainda ria junto”, revela a atriz de 30 anos que não tem pudor na hora de flertar.
Além dos casos de preconceito explícito, Juliana relembra o episódio em que foi impedida de efetuar a compra de uma entrada para shows na área de deficientes físicos. “Eu já passei por uma situação em que fui comprar um ingresso para um show em São Paulo na área de deficientes porque, por lei, eu tenho acesso. O nanismo é considerado uma deficiência. A atendente não quis deixar de jeito nenhum. Ela falava: ‘Não, só para deficientes’. O meu pai e o meu irmão também são anões. Tem vários tipos que dificultam a vida da pessoa. Temos muitos problemas de coluna, respiratório. O preconceito é uma falta de informação”, declara a intérprete de Estela, filha desprezada que é enviada para estudar no exterior. Ela ainda pontua que a cidade maravilhosa não tem acessibilidade e não está apta para dar uma vida confortável às pessoas com nanismo: “O Rio de Janeiro ainda peca muito nisso. Entrar no ônibus, no banco… Usar orelhão era impossível”.
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