Com 89% de desaprovação, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ocupa a primeira colocação entre os mais reprovados, seguido pelo senador Renan Calheiros que soma 82%. Em terceiro lugar, está o atual presidente, Michel Temer, com 78% de desaprovação.
O estudo aponta que a desaprovação a Temer tem aumentado – subiu três pontos percentuais em relação ao mês anterior e a aprovação apresentou queda dois pontos percentuais em relação a janeiro, ficando em 17%.
Temer lidera em desaprovação quando comparado os índices dos últimos presidentes, embora todos tenham altos índices de reprovação. Dilma Rousseff tem 74% de desaprovação, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso estão empatados com 66% dos entrevistados reprovando-os. Em relação ao índice de aprovação, Lula está em primeiro lugar, com 31%, seguido por Dilma, com 23%, FHC, com 21% e, por último, Michel Temer, com 17%.
“Tanto FHC quanto Lula deixaram um legado relevante para a população, como o Plano Real no caso do primeiro e o fenômeno da ascensão social e do aumento do poder de consumo no caso do segundo, mas Lula tem estado mais em evidência por conta da Lava Jato e sugerido que será candidato em 2018. Isso mobiliza aqueles que se identificam com seu discurso e sua imagem, que ainda é positiva na memória de parte dos brasileiros por conta das realizações de seu governo. Apesar disso, é importante ressaltar que tanto Lula quanto os demais ex-presidentes apresentam altos índices de desaprovação”, diz Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs e responsável pelo Pulso Brasil.
Outros nomes tradicionais da política brasileira que já se candidataram à presidência também não estão bem avaliados. O tucano Aécio Neves é desaprovado por 74%, assim como seus companheiros de partido José Serra e Geraldo Alckmin, com 66% 64% respectivamente; já Marina Silva, da REDE, possui 57% de rejeição. Entre eles, Marina é a mais aprovada (28%), seguida por Serra (20%), Alckmin (17%) e Aécio (11%).
Outros nomes também foram analisados quanto ao índice de desaprovação e aprovação, como Rodrigo Maia (54% e 5%, respectivamente); Romero Jucá (52% e 3%, respectivamente); Ciro Gomes (52% e 14%, respectivamente); Marcelo Crivella (49% e 14%, respectivamente); João Dória (46% e 14%, respectivamente); Alexandre de Moraes (44% e 10% respectivamente); Rodrigo Janot (43% e 24%, respectivamente) e Carmem Lúcia (31% e 33%, respectivamente).
“Os nomes ligados à política tradicional apresentam altos índices de desaprovação porque representam a ineficiência e a improbidade na gestão pública e isso só se exacerbou com as investigações da Lava Jato. Por outro lado, Sergio Moro e Joaquim Barbosa são vistos como o oposto disso e, portanto, tem maior aprovação perante a opinião pública ”, reforça Cersosimo.
Aprovação de Temer no Brasil
A região Norte é a que mais aprova Temer com 30%. A classe AB também é a que mais vê com bons olhos o governo do atual presidente, somando 21% de aprovação. As pessoas com ensino superior também são as que mais aprovam Temer, com 19%.
Por outro lado, a região nordeste é a que mais rejeita o presidente com uma reprovação de 91%. A classe C também desaprova o presidente com um índice de 79% e os participantes com nível superior e médio são os que mais discordam de Temer, com 80%.
A opinião pública continua com percepção muito negativa do rumo do país. Para 87% dos entrevistados, o Brasil está no rumo errado. “ Temer não conseguiu reverter isso porque é visto como mais do mesmo e também pelo fato da inflação e desemprego continuarem afligindo a vida do brasileiro”, finaliza Danilo.
Realizada entre os dias 1 e 11 de fevereiro, a pesquisa Ipsos contou com 1200 entrevistas presenciais em 72 municípios brasileiros. A margem de erro é de 3%.