A principal linha de investigação da morte do estudante de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Diego Vieira Machado, de 24 anos, é de crime de homofobia. De acordo com o delegado Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital), que investiga o caso, ele vinha recebendo diversas ameaças de cunho homofóbico e racista.
“Uma das linhas de investigação mais consistentes e mais fortes indicam que ele foi morto por crime de homofobia (…) Ele vinha recebendo ameaças homofóbicas e racistas nos últimos dias”, disse Cardoso, na noite deste domingo (3).
O corpo foi encontrado por volta das 18h sem as calças e em posição de luta, com marcas de agressão na cabeça. “Ele teria sido abordado no campus e agredido na cabeça. É um crime covarde e cruel, que precisa de uma resposta rápida”, explicou o delegado.
A reportagem do Blog LGBT do DIA apurou que testemunhas viram um homem branco, sem camisa, com a roupa manchada de sangue e arranhões pelo corpo tomar o ônibus da linha 485 por volta do meio-dia do sábado (2), depois do desaparecimento do jovem. De acordo com a Polícia Civil, câmeras de segurança da região e da empresa de ônibus serão solicitadas para ajudar na elucidação do caso.
Amigos denunciaram ameaças
Segundo o Rio Sem Homofobia, os amigos de Diego denunciaram ameaças feitas por grupos conservadores que atuam dentro da UFRJ. “Os amigos denunciaram para o Programa Rio Sem Homofobia que, dias antes do crime, os estudantes cotistas, negros e gays receberam ameaças de grupos conservadores da universidade” disse, em postagem na página da instituição noFacebook.
Neste domingo, em entrevista ao Blog LGBT, o Rio Sem Homofobia disse que uma equipe de psicólogos do programa, do governo do Estado, vai oferecer apoio psicológico aos amigos. O traslado do corpo de Diego para a cidade de Ananindeua (PA), onde mora a família da vítima, será organizado pela UFRJ.
O Dia