Alvo de pedido de prisão na Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (21) em Pernambuco e Goiás, o empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta quarta-feira (22) em um motel em Olinda, na região metropolitana do Recife.
De acordo com fontes ligadas à investigação, Morato chegou sozinho ao Motel Tititi, por volta do meio-dia de terça-feira, horas depois que a operação foi deflagrada pela Polícia Federal. Como não há sinais aparentes de violência e investigadores encontraram comprimidos no quarto, a polícia suspeita que o empresário tenha sofrido um enfarte ou se suicidado.
A diária do quarto de Morato venceu no início da tarde de quarta-feira e funcionários tentaram telefonar para o empresário. Por não haver resposta, eles chamaram a Polícia Civil, que investiga o caso. A Polícia Federal acompanha as apurações, mas só as assumirá caso haja indícios de que a morte dele esteja relacionada às apurações da Operação Turbulência.
Morato era alvo da operação e constava da lista de foragidos da Interpol. Investigadores estão preocupados com o fato de o grupo investigado ser muito forte política e economicamente. Há informações de que os investigados já ingressaram com pedidos de habeas corpus na Justiça de Pernambuco.
A Polícia Federal apontou Morato como “testa de ferro” de um esquema de lavagem de dinheiro que desviou, desde 2010, cerca de R$ 600 milhões, segundo as investigações. A “lavanderia” foi descoberta a partir de investigação sobre os proprietários do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014.
Estadão