A Polícia Civil suspeita que um quinto criminoso pode ter participado do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos ocorrido mês passado em uma favela na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), que conduz a investigação, o novo suspeito é um traficante no Morro da Barão, onde a vítima foi violentada.
Cristiana não quis detalhar a participação do suspeito no crime. Na quinta-feira (9) a equipe da delegada esteve nos dois pontos onde a jovem passou no fim de semana do crime. O primeiro é conhecido como “cafofo”. O outro, “abatedouro”. A vítima esteve no cafofo com Raí de Souza, de 22 anos, Lucas Perdomo, de 20, e Joyce, de 18. Ela relatou em depoimento ter acordado em outra casa, o abatedouro.
O cafofo fica a 15 metros do local do baile funk onde a adolescente esteve na noite de 20 de maio. A festa é chamada na favela de Baile da Assembleia, por ocorrer ao lado de uma sede da Assembleia de Deus. O abatedouro fica a 90 metros do cafofo. Segundo a delegada, foi constatado que um homem, sozinho, não teria condições de carregar a vítima para a segunda casa, se ela estivesse desacordada.
“O primeiro local fica na parte mais baixa do morro. O abatedouro fica no topo, perto da mata e na frente do QG do tráfico. Como há muitas escadas e o local é estreito, uma pessoa só não conseguiria carregá-la. Ou ela foi levada por mais pessoas ou foi andando, embriagada. Estamos investigando ainda.”
A delegada contou que os dois imóveis são sujos, com lixo acumulado, e abandonados. Ambos são frequentados por traficantes. Os investigadores concluíram que o abatedouro não tinha capacidade de comportar 30 pessoas, como acusou a vítima em depoimentos.
Estadão