Técnicos da Gerência de Fauna, Flora e Unidades de Conservação (Gefuc) representam o Instituto do Meio Ambiente (IMA) no I Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que está sendo realizado até esta quinta-feira (9), na cidade de Juazeiro (BA).
O evento, aberto no domingo (5), reúne pesquisadores de instituições de ensino superior, de órgãos ambientais e outras entidades do poder público. Realizado pelo Fórum de Pesquisadores de Instituições de Ensino Superior da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, em parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o simpósio tem como objetivo discutir temas relativos à governança, qualidade e quantidade da água, recuperação ambiental e dimensão social.
A expectativa é construir conhecimento em torno do atual estado do rio. Temas como condições climáticas, exploração socioambiental do rio e seu entorno fazem parte do debate.
A agenda do evento ainda pretende identificar as deficiências e soluções na busca da qualidade ambiental e articulações em defesa do Velho Chico, com a participação nacional e internacional de diversos estudiosos do tema.
Na terça-feira (7), Alex Nazário, geógrafo consultor ambiental do IMA, e Esdras Andrade, gerente de Geoprocessamento do Instituto, apresentaram um trabalho sobre as áreas ambientalmente potenciais para a criação de Unidades de Conservação (UCs) nos municípios ribeirinhos ao São Francisco, em Alagoas.
“O trabalho identificou as áreas que apresentam vocações físicas e bióticas, considerando a representatividade ecossistêmica para a criação de unidades de conservação, uma vez que somente 1% da caatinga em Alagoas está legalmente protegida”, explicaram os técnicos.
No estudo foram empregadas técnicas de geoprocessamento, levando em consideração critérios como a sustentabilidade ambiental, fragmentos florestais, relevo, uso do solo, índice xerotérmico (número de dias biologicamente secos) e pedologia (estudo dos solos no seu ambiente natural), para a identificação das áreas que apresentam melhores potenciais.
Dos nove municípios ribeirinhos estudados, apenas 3,16% da área total apresentou vocação para a criação de UCs de proteção integral. “Essas áreas são as que apresentam maior representatividade do ponto de vista da biodiversidade e dos seus serviços ambientais prestados”, explicou Esdras Andrade.
Durante todo o evento, os técnicos do IMA compuseram a Câmara Técnica que discutiu questões da dimensão social na bacia hidrográfica, como os arranjos produtivos locais, conflitos socioambientais, desenvolvimento local, qualidade ambiental, dentre outros.
“Por fim, foi aprovada em plenária, para inserção no calendário nacional de eventos, a realização bienal do simpósio, trazendo benefícios a todos os envolvidos na Bacia Hidrográfica do São Francisco”, contou Alex Nazário. A segunda edição do simpósio acontecerá em 2018, na cidade de Aracaju (SE).