Governadores que iniciaram a conversa sobre a renegociação da dívida dos estados com a União já começaram a ceder a ponderações da equipe econômica do presidente interino, Michel Temer. Embora nenhuma reunião formal tenha sido realizada desde a posse do novo governo na semana passada, já há governadores que admitem uma carência menor do que a exigida. Principal defensor da ideia, o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, já fala em um perdão de 12 meses, em vez dos dois anos demandados originalmente.
— Ninguém nunca discutiu que a gente deveria voltar à idade da pedra e pagar juros simples, em vez de compostos. Isso nunca foi dito — afirmou Renan Calheiros Filho, governador de Alagoas, que também defende uma suspensão da dívida por até um ano.
A declaração foi feita durante uma mesa de debate que reuniu os estados com graves problemas nas contas: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Alagoas e Minas Gerais. Todos afirmaram que é papel da União ajudar a federação a passar pela crise.
O argumento é que o governo federal tem maior capacidade de se financiar e, assim, pode dar fôlego novo aos estados em apuros. Os governadores também negaram que a proposta levada à União é de trocar juros simples por compostos. Segundo eles, só o desconto da dívida passada seria recalculada.
O Globo