A Polícia Militar de São Paulo realizou, na manhã desta sexta-feira, a reintegração de posse do Centro Paulo Souza (CPS), ocupado desde o último dia 28 de abril por estudantes. Cerca de 30 alunos, que reivindicavam melhorias na merenda escolar e protestavam contra a “máfia da merenda”, foram retirados do local. Alguns deles foram arrastados por policiais, mas não houve aparentemente disparos de armas e nem bombas. Os alunos saíram criticando a polícia. Seguiram em passeata pela Avenida Tiradentes, no centro de São Paulo, em protesto contra a reintegração.
A situação está tensa em frente à Faculdade de Tecnologia de São Paula, escola técnica também ocupada. Cerca de 100 manifestantes, grupo formado por alunos que saíram da Paula Souza e dezenas de estudantes que se juntaram ao protesto, tentam entrar. A Avenida Tiradentes, no sentido Centro, está interditada, porque há alunos sentados na pista.
– Às 6h chegou oficial de justiça falando que a gente tinha que sair em meia hora e dissemos que íamos resistir pacificamente. Até deixamos o portão aberto, mas a polícia saiu entrando e empurrando todo mundo. Bateram nas meninas e em quem viam pela frente, mas ninguém se feriu gravemente – relatou um estudante secundarista, que se identificou como Chico.
A ação durou cerca de 10 minutos e foi concluída antes das 7h.
A reintegração foi possível após decisão do juiz Rubens Rihl, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que retirou as exigências que impediam a Polícia Militar de usar armas, inclusive não letais, como bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, na reintegração de posse do CPS.
Com a decisão da quinta-feira à noite em mãos, a Polícia poderia realizar a reintegração imediatamente. A presença do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, também foi revogada.
O Globo