O pichador responsável pelo ataque à Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, já era conhecido da Polícia Civil e havia sido preso em 2013 pelo mesmo ato. Mário Augusto Faleiro Neto, de 25 anos, morador de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi identificado, ouvido ontem pelos delegados Aloísio Daniel Fagundes, da Delegacia de Meio Ambiente, e Murilo Ribeiro de Lima, da Delegacia Regional Noroeste, e em seguida liberado.
Segundo a polícia, Mário Augusto confirmou ser o autor da pichação. O delegado informou que o rapaz alegou ser trabalhador, mas não revelou sua atividade profissional. Aloísio Daniel acrescentou que Mário Augusto é responsável por pelo menos mais seis pichações na capital, sempre usando o codinome “Maru”.
Foi graças à assinatura que ele usa que os investigadores conseguiram identificá-lo. A polícia tem um arquivo de pichadores que agem em BH e foi fácil identificar a marca deixada nas paredes da igrejinha da Pampulha. Os policiais consultaram o arquivo e apuraram que Mário já havia sido detido em 2013. De posse do endereço do rapaz, os agentes foram até sua casa e o conduziram para prestar depoimento.
Mário Augusto não conversou com os jornalistas, mas afirmou aos policiais que “desconhecia que a igrejinha da Pampulha se tratava de patrimônio histórico” e que sua intenção era “fazer um protesto contra a tragédia de Mariana”, se referindo ao rompimento da Barragem do Fundão, em 5 de novembro.
O delegado Aloísio Daniel, afirmou não acreditar na justificativa do pichador para o ataque à igrejinha da Pampulha: “Nas outras pichações cadastradas pela polícia ele só deixou sua assinatura, sem motivações ideológicas. É sempre a assinatura enaltecendo o próprio ego”, disse o policial.
Além disso, não é o primeiro ato dele e, por morar perto de BH, é difícil acreditar que ele desconhecesse a importância da igrejinha”, afirmou Aloísio Daniel, que criticou a legislação que pune pichadores, considerada branda “mesmo para reincindentes.”
O delegado Murilo Ribeiro acrescentou que Mário Augusto só parou de pichar as paredes da igreja porque no momento em que fazia isso, por volta da 1h de segunda-feira, pessoas que passavam pelo local começaram a gritar com ele, o que o levou a fugir.
LIMPEZA Equipe técnica contratada pela Fundação Municipal de Cultura (FMC) fará a limpeza da pichação na manhã de hoje. Ontem, foi feito um teste com o produto a ser usado na remoção da sujeira no painel de Cândido Portinari e na parede lateral. O custo da limpeza será de R$ 8 mil, pagos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Estado de Minas