A extração ilegal de areia na Baixada Fluminense é o alvo da Operação Areia Movediça, deflagrada hoje (25) pela Polícia Federal (PF) no estado do Rio de Janeiro. De acordo com a PF, cerca de 80 agentes participam da ação. Dois homens envolvidos com os areais foram presos em flagrante em Duque de Caxias, por porte ilegal de arma de fogo.
Segundo o órgão, estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos municípios do Rio, de Duque de Caxias, Seropédica, Japeri, Nova Iguaçu e Belford Roxo. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal de São João de Meriti.
As investigações, a cargo da Delegacia da Polícia Federal de Nova Iguaçu, tiveram o apoio do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a participação do Ministério Público Federal.
Na avaliação da PF, o inquérito policial mostrou a ação de diversas empresas na extração ilegal de areia em Duque de Caxias. Sete dos mandados estão sendo cumpridos em areais do município.
A PF informou que há indícios da participação de milicianos na atividade de mineração e no comércio clandestino de areia. “Há suspeitas de participação de milícias mas ainda está sob sigilo essa notícia”, disse o delegado da PF Mauro de Ávila, chefe da investigação, acrescentando que as apurações começaram em outubro e contaram com policiais disfarçados e imagens áreas.
Na operação, 12 pessoas, das 14 indiciadas, foram localizadas e sete estão prestando depoimento na Superintendência Regional da Polícia Federal, na Praça Mauá, região portuária.
A PF Informou ainda que alguns dos indiciados são reincidentes na prática criminosa. “É um crime que é pendular. A repressão e a fiscalização aumentam, há uma retração e se há brecha eles ocupam essa brecha. É assim sucessivamente. É uma prática muito lucrativa e estima-se que a faixa de lucro de um só areal chega a mais de R$ 200 mil mensais. Então, por mais que se reprima, o benefício é muito alto e as pessoas se arriscam a ser presas para continuar a extração”. O investimento para montar uma mineradora clandestina de areia foi avaliado em R$ 3 milhões.
O delegado Mauro de Ávila disse que é possível ocorrer ramificações da atividade ilegal fora da Baixada Fluminense.
A próxima etapa da operação é avançar na investigação de lavagem de dinheiro obtido com a exploração ilegal. “Está em levantamento isso aí”, acrescentou.
O delegado João Paulo Garrido, chefe da Delegacia de Polícia Federal de Nova Iguaçu, informou que os indiciados são acusados de crime ambiental e usurpação de bens da União. Somados os dois tipos de crime, a pena pode atingir dez anos de prisão.
Agência Brasil