Presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) evitou opinar sobre a operação da Polícia Federal que fez diversas buscas e apreensões de material na sede do PMDB de Alagoas, por ele comandado, e nas residências de aliados seus. O fato ocorreu na terça-feira, 15.
“Já prestei todas as informações que me foram pedidas. Coloquei qualquer coisa à disposição. Nunca consenti, nem consentirei, nem permiti ou permitiria, que alguém, em qualquer circunstância ou lugar, falasse em meu nome”, disse Renan.
A deflagração de nova operação da Polícia Federal, intitulada Cantilinárias, atinge o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como possível interlocutor do presidente em negociações ilícitas na estatal. Outro nome ligado a Renan é Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que teria sido alçado ao cargo por influência do senador. A Polícia Federal cumpre mandados no Ceará e no Rio de Janeiro em endereços relacionados a ele.
Outro alvo é o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) muito ligado ao grupo pemedebista do ex-presidente José Sarney e do próprio Renan, de quem é interlocutor.
“Não tenho nenhuma informação”, afirmou, sobre a operação. “Vou apenas tentar obter algumas informações para poder conversar com vocês. Não conheço detalhes”, garantiu.
O presidente disse que está mantida a sessão conjunta de deputados e senadores para votar os vetos presidenciais e medidas orçamentárias. “Vamos ter sessão hoje. Vamos avançar na pauta do Congresso às 19h.”
Alagoas
Em Alagoas, Renan permitiu que a Polícia Federal entrasse em seu gabinete na sede do partido. No mandado autorizado pelo STF, a PF poderia entrar apenas no diretório do PMDB alagoano. O gabinete de Renan fica no mesmo endereço, mas em outro pavimento.
Segundo o Secretário-Geral do PMDB local, Ricardo Santa Ritta, a PF perguntou se Renan autorizaria a entrada no gabinete. Alcançado por telefone, Renan permitiu. “Recebemos o pessoal da PF, abrimos tudo, pediram autorização para entrar em uma área que não tinha mandado. O mandado era no diretório, não no outro pavimento, onde fica o gabinete do senador. Ele autorizou que abrissem tudo que fosse pedido. Não temos nada para esconder”, afirmou Santa Ritta.
Do local, foram levados, segundo o secretário, apenas papéis relativos a prestações de contas ao Tribunal Regional Eleitoral (TSE). “Abriram computadores, olharam, verificaram, mas não levaram”, contou.
Valor