Um bate-boca entre o Prefeito de Murici, Remi Calheiros (PMDB), e o deputado federal João Henrique Caldas (SD) quase terminou em pancadaria, na tarde desta sexta-feira (30), durante a visita de JHC a comunidade carente Portelinha, localizada em Murici, no momento que havia um sorteio de casa populares pela Prefeitura Municipal.
De acordo com vídeos divulgados pelo deputado federal e com áudios recebidos pelo Portal Verdade Alagoas, JHC encontrou crianças da comunidade vivendo de forma, segundo ele, desumana e ameaçou acionar a Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL.
https://www.facebook.com/Deputado.JHC/videos/968926699832744/
“Eu estou chocado. Em pleno século 21 essas crianças estão vivendo de forma desumana, no sol, na poeira, na lama, na chuva”, declarou JHC em um vídeo divulgado em sua página pessoal no Facebook. “É porque é terra de Renan Calheiros (presidente do Senado Federal), ninguém pode vir aqui, aqui não tem autoridade, aqui é terra sem Lei”, esbravejou o deputado.
As filmagens e declarações de JHC despertaram a irá do Prefeito Remi Calheiros – irmão de Renan e tio de Renanzinho (Governador de Alagoas) – que realizava o sorteio de casas populares construídas com verbas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
https://www.facebook.com/Deputado.JHC/videos/968927926499288/
Remi Calheiros acusou, em nota oficial divulgada em sua página pessoal no Facebook, o deputado de ter uma postura midiática e leviana ao tentar tirar proveito do evento.
“É inadmissível que alguém queira tirar proveito de um momento em que não houve um incidente sequer. O clima de paz e tranquilidade esteve presente em todo momento. Entretanto de forma insana e abusando da autoridade, o referido parlamentar teve o despautério de decretar a prisão do meu chefe de gabinete. Com isso não hesitei em questionar o parlamentar sobre suas ações para nossa cidade, por um momento exaltei a voz, pois o mesmo estava querendo tumultuar”, disse Remi através da nota.
Já JHC alega ter ido ‘fiscalizar’ obras destinado com recursos federais, que, ainda de acordo com ele, é papel de um deputado federal.
“Já fomos informados pela Caixa Econômica Federal que o cadastro está nas mãos da Prefeitura, o contrário do que eles disseram. A Caixa só faz a parte burocrática e o cadastro fica nas mãos da prefeitura”, informou JHC. “Próximo ano é ano político, aí ele (Remi Calheiros) retira as pessoas para fazer barganha eleitoral”, finalizou em mais um áudio divulgado.
Ambos envolvidos na confusão divulgaram notas em seus perfis pessoais na rede social, cada um dando sua versão dos fatos. Confira abaixo:
Remi Calheiros
Venho manifestar minha indignação diante do lamentável fato ocorrido no dia de hoje (30) durante a entrega das casas do conjunto residencial Olavo Calheiros II, quando numa postura midiática o parlamentar João Henrique Caldas, vulgo JHC, de forma leviana tentou expor a minha imagem perante a opinião pública.
Hoje foi um dia histórico para nossa cidade, quando do sorteio de 350 casas realizando o sonhos das famílias muricienses. Casas essas que foram construídas graças ao empenho fruto do nosso trabalho que é garantir o bem estar social de homens e mulheres.
É inadmissível que alguém queira tirar proveito de um momento em que não houve um incidente sequer. O clima de paz e tranquilidade esteve presente em todo momento. Entretanto de forma insana e abusando da autoridade, o referido parlamentar teve o despautério de decretar a prisão do meu chefe de gabinete. Com isso não hesitei em questionar o parlamentar sobre suas ações para nossa cidade, por um momento exaltei a voz, pois o mesmo estava querendo tumultuar.
A sociedade alagoana saberá diferenciar quem trabalha pelo povo, e quem vive apenas de holofotes, confetes e serpentinas, com o intuito de denegrir e tirar vantagens.
Seguirei firme na missão que foi a mim confiada pela vontade soberana do povo de Murici, e reafirmo que defenderei nossas famílias daqueles que nada sabem fazer a não ser aparecer nas oportunidades e conveniências políticas.
JHC
Hoje, em Murici, fui agredido verbalmente e quase pelas vias de fato pelo prefeito Remi Calheiros, chegando a ser provocado fisicamente pela sua equipe. A cultura do coronelismo praticada pelos Calheiros tentou nos intimidar com suas agressões e de seus comandados. Na comunidade Portelinha vi de perto o sofrimento e a miséria do povo da cidade do governador e do presidente do Senado e não vou me calar em relação a esse absurdo. Alagoas não é terra sem lei, esse tipo de atitude medieval tem de ser combatida. Não vou arrefecer na minha luta.
Por Redação