O técnico Marcelo Oliveira contou uma história curiosa sobres os bastidores do futebol. Ela resume como os caminhos cruzados do esporte podem mudar a trajetória de um atleta.
Segundo Marcelo, em 2007, o atacante Roberto Firmino, ainda na base do CRB, foi oferecido por ele ao Atlético-MG. O nome foi até anotado, mas não pintou nem um teste para o garoto alagoano, que tinha 15 anos na época.
Marcelo era funcionário do Atlético e, por causa de uma parceria entre os clubes, foi treinar o CRB. Em Alagoas, ele poderia avaliar a base e indicar atletas de destaque para o time de Minas.
– Em 2007, estive no CRB e contei, recentemente, um caso que achei interessante, surpreendente, mas, por outro lado, de uma certa distração dos dirigentes do Atlético-MG. Nós jogávamos aos domingos e fazíamos um treinamento com os jogadores que não participaram na segunda. Normalmente, chamávamos os jogadores do juniores ou do juvenil. Um dos meus auxiliares me chamou a atenção para dois jogadores do juvenil: um se chamava Paulistinha e o outro Roberto (Firmino).
O treinador disse que logo bateu o olho em Firmino.
– Os jogadores foram lá treinar e eu fiquei impressionado com a boa técnica, com o futuro que poderia ter aqueles jogadores. Como havia essa parceria, eu avisei ao coordenador da base do Atlético. Ele gostou muito, anotou o nome, mas acabou não chamando esses jogadores para treinar no Galo.
Na época, Firmino ainda atuava no sub-15 do time alagoano. Dois anos depois, ele foi para o Figueirense.
– O tempo passou, eu acabei saindo do CRB. Eu acho que, depois de um ano, eu vi o Roberto jogando no Figueirense. O Paulistinha eu não sei qual foi o destino dele. Esse Roberto era simplesmente o Firmino, que todos sabem da trajetória dele, de nível mundial.
Firmino com a camisa do CRB, no início de carreira — Foto: Marcellus Portela/Arquivo Pessoal
Firmino saiu do time de Santa Catarina direto para a Europa. Atuou por cinco temporadas no Hoffenheim, da Alemanha, e já está há mais cinco no Liverpool, sendo um dos destaques da equipe de Klopp.
– São casos que acontecem no futebol e que, nós profissionais, temos que ficar muito atentos. O futebol é fascinante por casos como esses. Jogador estava ali, treinando conosco, poderia ter uma carreira em grandes clubes brasileiros, mas acabou saindo cedo do Brasil. Felizmente, teve uma carreira e trajetória muito feliz. A gente torce pelo sucesso dele sempre – comentou Marcelo, que é bicampeão brasileiro.
Fonte: GloboEsporte