O candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Alagoas (OAB-AL), Fernando Falcão, em entrevista à Rádio Gazeta, na manhã desta terça-feira, 17, falou, entre outros assuntos, sobre as propostas da Chapa 2 “Advogados por uma nova Ordem”
Conforme Falcão, a advocacia de hoje passa por diversos apuros por causa da desvalorização da categoria. “A maioria dos alunos de Direito está focado em concursos públicos porque o mercado não está sendo receptivo àqueles que saem da academia”, pontuou.
Com 18 anos de profissão, o candidato criticou a atual gestão dizendo que a OAB-AL deixou os advogados à própria sorte. “Quero fazer uma Ordem que seja o orgulho da sociedade. São necessárias mudanças para a sobrevivência do profissional em Alagoas. A insatisfação é da maior parte da categoria”, disse.
A declaração mais polêmica de Falcão, durante entrevista, foi que “o mercado da advocacia alagoana é um cartel”. “Os advogados contratados recebem esmolas, mas não conseguimos emplacar o pleito pelo piso salarial por causa dos grandes escritórios de advocacia”.
Sobre a polêmica reportagem publicada no fim de semana pelo O Dia Alagoas, contra a adversária, Fernanda Marinela, Falcão é enfático: “uma mentira deslavada e plantada às vésperas da eleição”.
A equipe da candidata Fernanda Marinela elaborou um vídeo que ligava a negociação do jornal com o staff do Fernando Falcão. A acusação da concorrente de que o advogado teria comprado uma página no periódico para difamá-la rendeu até nova oficial por parte da Chapa 2.
A eleição da OAB está marcada para quarta-feira, 18. Cerca de seis mil advogados em Alagoas estão aptos a votar.
Segue nota na íntegra sobre as acusações de Fernanda Marinela
Caros colegas advogados,
Hoje fui surpreendido com a veiculação de vídeo publicitário e de notícias que me vinculam a uma reportagem publicada no semanário “O Dia”, que noticiou a contratação da Jus Podivm, com dispensa de licitação, para ministrar um curso de aperfeiçoamento para os procuradores do Município de Maceió. Segundo a matéria, o Procurador Geral, à época, era esposo da Professora Fernanda Marinela, candidata a presidente da OAB/AL pela Chapa 1.
Como não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, até mesmo porque estava em compromisso de campanha em São Miguel dos Campos, decidi somente me manifestar após conversar com o colega Gustavo Ferreira, citado na notícia como a pessoa que havia mantido contato por whatsapp com o responsável pelo periódico, jornalista Deraldo Francisco.
Ouvi de Gustavo que, na semana passada, fora procurado por Deraldo Francisco que lhe informava que publicaria uma matéria acerca dos fatos acima descritos. Segundo Gustavo, a preocupação do citado jornalista era que todos os exemplares fossem adquiridos por uma única pessoa, sem a possibilidade de que tais fatos chegassem ao conhecimento público. Por esta razão, Gustavo resolveu adquirir vários exemplares para distribuição entre nossos apoiadores.
Ressalte-se que o texto da mencionada matéria não teve qualquer interferência de Gustavo, e que a aquisição dos exemplares visava, exclusivamente, evitar que ocorresse o abafamento da denúncia.
Conheço Gustavo Ferreira há quase quinze anos. Reconheço nele a figura do profissional ético, do professor dedicado e do excepcional pai de família. Conheço sua seriedade e decência. Acredito firmemente no que me contou, nunca tive motivos para duvidar.
Vejo, agora, que Gustavo foi vítima de uma armação muito bem engendrada para prejudicar minha candidatura. Sinto, apenas, que ele tenha sido envolvido, inocentemente, numa situação em que agira de absoluta boa-fé.
Sempre soube que lutávamos contra forças que têm interesses enormes na Ordem, só não sabia que era possível que chegassem a esse ponto.
Finalmente, reafirmo que de nossa parte não houve qualquer conduta ilícita. Por outro lado, aguardamos que as pessoas citadas na denúncia deem as necessárias explicações sobre a estranha contratação.
Peço que os colegas façam seu próprio julgamento. O que é ilícito? Comprar exemplares de jornal para distribuir ou violar as normas que regem a administração pública?
Fernando Falcão