O governista Daniel Scioli disputará a Presidência da Argentina em um segundo turno com o rival Maurício Macri, que, de forma supreendente, chegou perto do favorito nas eleições de domingo e ampliou bastante as chances de uma vitória da oposição na votação decisiva de novembro.
Embora tenha vencido, o peronista Scioli obteve apenas 36,9 por cento dos votos, muito abaixo do que necessitava para evitar o segundo turno e até menos do que conseguiu nas primárias abertas de agosto.
Com mais ímpeto do que o previsto, Macri, prefeito da cidade de Buenos Aires, conquistou 34,2 por cento dos votos. O peronista dissidente Sérgio Massa ficou fora da corrida depois de conseguir 21,3 por cento, com mais de 97 por cento das seções apuradas.
“O que aconteceu no dia de hoje (domingo) muda a política deste país”, disse Macri, líder de centro-direita, diante dos eufóricos seguidores da aliança Mudemos. Milhares de partidários cantavam slogans de Macri presidente. Muitos saltavam com bolas coloridas nas mãos.
Com a Argentina sofrendo com uma economia estancada, uma inflação que supera 20 por cento, parcas reservas internacionais, uma moeda sobrevalorizada, um crescente déficit fiscal e uma insegurança generalizada, o resultado de domingo mostrou que muitos argentinos querem algum grau de mudança.
“Isso não tem nome, esperávamos há tempo, choro e rio ao mesmo tempo”, disse Sandra Lauría, de 48 anos, partidária de Macri, que estava na sede da campanha na noite de domingo.
Outro balde de água fria para o peronismo foi a vitória de María Eugenia Vidal, candidata do partido de Macri, que se tornou a próxima governadora da província de Buenos Aires, um bastião do governismo.
“Os resultados não são os que nós buscávamos. É preciso aceitar essa situação”, disse na manhã de segunda-feira Aníbal Fernández, o candidato governista derrotado por María Eugenia, em declarações a jornalistas. “Tomará que se saia muito vem” acrescentou, referindo-se a María Eugenia.
Reuters