A Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) iniciou nesta quarta-feira (13) mais um ciclo do Lêberdade, levando em conta pontos positivos e negativos, possibilitando que a iniciativa seja aprimorada. Em 2019, serão desenvolvidas algumas mudanças, como por exemplo, a divisão das turmas em grupos de acordo com os níveis de leitura.
Outra medida é a elaboração dos catálogos de leitura e o empréstimo das obras levando em conta os níveis de conhecimento das reeducandas. De acordo com a gerente de Educação da Seris, agente penitenciário Genizete Tavares, é possível notar a mudança no comportamento das custodiadas desde o primeiro ciclo do Lêberdade, fato que comprova a eficiência do projeto.
“O encanto que elas passaram a ter quando estão lendo uma obra é notável. Além disso, é comum vermos que elas falam dos livros entre si, auxiliando, muitas vezes, as companheiras de cela a realizarem a escolha da próxima obra que irão ler. Muitas internas também transmitem para os seus familiares, nos dias de visita, a necessidade de adquirir conhecimento através dos livros. Isso é emocionante”, disse Tavares.
Segundo o pedagogo do Lêberdade, Leilson Oliveira, as expectativas para o novo ano de trabalho são as melhores possíveis. “Todos os anos o projeto é aprimorado, visando uma melhor qualidade de escolarização e de experiência de vida, pois a leitura possibilita que tenhamos uma nova visão do mundo. Acredito que esse será um ano de consolidação dos resultados positivos”, destacou.
Dado o sucesso do Lêberdade, instituições de ensino de Alagoas se dispuseram a contribuir com a iniciativa por meio de projetos de extensão, como por exemplo, o “Reintegração Social por Meio da Leitura”, que é desenvolvido pelo Centro Universitário Cesmac. De acordo com a professora Ana Cecília Dantas, coorientadora do projeto, o contato dos universitários com o sistema prisional ajuda a quebrar paradigmas.
“As alunas, que são do curso de Direito, auxiliam as reeducandas não só durante as oficinas de formação, mas também no momento em que as custodiadas estão escrevendo a redação ou resumo da obra lida. Ainda há muitos mitos envolvendo o sistema prisional, mas esse contato direto com as custodiadas faz com que a acadêmicas percebam que as internas são pessoas como quaisquer outras”, disse.
A reeducanda Adriana Maia participa desde o primeiro ciclo do Lêberdade e já realizou 14 produções, o que possibilita a remição de 56 dias de pena. De acordo com a custodiada, mais do que uma forma de conseguir a diminuição do tempo de cárcere, o Lêberdade se tornou um meio de assegurar educação e mudar de vida. “Quando é dia de visita, eu levo os livros que peguei no projeto para que meus filhos leiam junto comigo”, disse.
“Eu não possuía o hábito da leitura, e inicialmente, enxerguei no Lêberdade apenas uma possibilidade de remir a pena. Porém, com o passar do tempo, peguei o gosto pela leitura e está sendo uma experiência maravilhosa. Muitas coisas mudaram após o projeto, principalmente na minha leitura e escrita. Antes eu não sabia nem que gostava de ler. Hoje, aprendi novas palavras e sei interpretar e entender o que leio”, concluiu a reeducanda.
fonte: Agência Alagoas/Governo de Alagoas