Um atentado a um hospital da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no Afeganistão, chocou a comunidade internacional na semana passada. Um bombardeio aéreo que durou cerca de 30 minutos terminou com 22 pessoas mortas e 37 feridas, dentre elas médicos que trabalhavam para prestar ajuda humanitária e crianças.
Os Estados Unidos assumiram responsabilidade pelo ataque e chegaram até a pedir desculpas pelo ocorrido, por meio de uma ligação telefônica do presidente Barack Obama para a presidente da MSF, Joanne Liu.
Ainda não está claro o motivo do ataque. Em um primeiro momento, os EUA alegaram que forças militares afegãs haviam notificado os americanos de que membros do talibã estavam no hospital, mas a Médicos Sem Fronteiras respondeu que a informação era falsa. Depois, os EUA alegaram que não sabiam que no local funcionava um hospital da entidade, o que também foi contestado.
O professor do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Tomaz Paoliello, de 30 anos, lembra que não é a primeira vez que esse tipo de ataque acontece. “A guerra do Afeganistão tem 14 anos de casos de bombardeios com danos a civis. São milhares de vítimas afegãs mortas em ataques dos Estados Unidos”, afirmou ao iG.
Doutorando em Relações Internacionais pelo programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas, Paoliello é mestre na área e desenvolve pesquisa sobre os temas Política Internacional e Relações Internacionais com ênfase em Conflitos Internacionais. Segundo ele, a investigação do caso pode dar uma brecha para que osEstados Unidos relativizem a culpa, já que o país não integra os tratados de tribunais internacionais e pode conduzir a averiguação sobre o próprio crime. Leia abaixo a entrevista completa.
Por iG