A visita do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, aos territórios palestinos nesta quinta-feira (1) não foi vista com bons olhos pela Frente Parlamentar Evangélica (FPE).
Segundo divulgou a imprensa, o Brasil foi convidado para fazer parte de um grupo internacional que serviria como “mediador da paz” entre israelenses e palestinos. Após Donald Trump anunciar o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, a Autoridade Palestina (AP) passou a dizer que não aceitaria mais os Estados Unidos como intermediário dos acordos entre os dois países.
Na reunião que teve com o presidente da AP Mohmoud Abbas, o primeiro-ministro Rami Hamdallah e o ministro palestino das relações exteriores, Riyad Maliki, o chanceler brasileiro ouviu vários pedidos. Além da possibilidade de servir como “mediador”, foi requerido que o Brasil aumente a importação de produtos palestinos visando fortalecer a economia do país e “facilitar a sua independência”.
Também foi sugerido que o governo brasileiro não importe produtos fabricados em assentamentos israelenses, na prática do chamado BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções). O governo israelense no passado classificou essa iniciativa de “terrorismo econômico”.
Na página oficial do Ministério das Relações Exteriores, é possível ver Aloysio Nunes prestando homenagens no memorial a Yasser Arafat, falecido em 2004. Dono de uma biografia controvertida, o fundador da Organização pela Libertação da Palestina, apesar de ter ganho um Prêmio Nobel da Paz em 1994, era um líder terrorista.
Ouvidos pelo portal Gospel Prime, alguns deputados federais se pronunciaram contrários à maneira como o ministro das Relações Exteriores do governo Michel Temer vem conduzindo as questões relativas a Israel.
O deputado Ezequiel Teixeira (Podemos/RJ) afirmou: “O Brasil foi chamado para ser mediador por que se posicionou muito a favor dos palestinos nos últimos anos. Precisamos verdadeiramente de um processo de paz equilibrado, justo e bíblico. Que o nosso ministro não ouse deixar de abençoar a Israel! Não seria bom para nós. Queremos a paz para os dois lados, mas sem ferir princípios bíblicos e aquilo que está selado por Deus”.
Já Victório Galli (PSC/MT) foi enfático: “Com nosso Ministério de Relações Exteriores nas mãos de um marxista, não há como o Brasil ter alinhamento com Israel. Aloysio está levando o Governo brasileiro para uma situação delicada e péssima internacionalmente. Precisamos nos juntar ao governo Trump e reconhecer Jerusalém como capital de Israel, não o contrário”.
O deputado pastor Takayama (PSC/PR), que é presidente da FPE emitiu nesta tarde uma nota em nome de seus 199 membros, entre senadores e deputados. O documento revela que a bancada evangélica “não está de acordo com a aceitação do convite feito pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes. A FPE (…) se manifestou publicamente em dezembro passado, apoiando o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando este anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel”.
Gospel Prime