Para a infelicidade dos que gostam de calcular logaritmos e antilogaritmos, tudo e muito simples demasiado simples. “Quando você está em um buraco, a primeira coisa a fazer é parar de cavar.“
Há um cavalo morto no centro do poder, o que fazer? 1) Comprar uma nova sela e trocar as ferraduras? 2) Trocar a ração? 3) Demitir o treinador e chefe do almoxarifado e contratar alguém com novas ideias sobre cavalos mortos? 4) Instituir um comitê da crise do cavalo morto? 5) Redefinir o conceito de morte para cavalos?
O brasileiro cansou de ver a vida imitar as sátiras. A resistência à realidade, o apego a estratégias sem fundamentação universalmente válidas, a substituição do planejamento por personalismos — só atrasam o país.
Quantos cavalos mortos estão sobre as mesas de reunião com executivos orgulhosos a apresentar gráficos e a exigir mais orçamento?
Medo de admitir o erro. E o errado a gerar mais erros. Os custos afundam, mas “já investimos tanto que tornou-se impossível abandonar, vamos errados até o fim”.
As máquinas burocráticas resistem, porque “é natural roubar dinheiro público”. E os sistemas morrem, porque são construídos a partir de responsabilidades difusas, hermenêuticas, não positivas — como formas sem fórmula e retóricas sem Verbo.
Quando ninguém é o responsável e tudo é passível de interpretação, a regra vira praxe e essa praxe torna-se um ente — que mesmo morto ainda está sobre a mesa como um fantasma que se diverte.
O ineficaz (o que claramente não funciona mais) adora o obsoleto, porque assim mantêm hábitos, relacionamentos, negócios, carreiras, contratos e políticas. O cavalo morto alimenta muita gente. Mantêm as estruturas de poder, justificam novos gastos, evitam responsabilização, permitem narrativas de “estamos fazendo algo”.
A decisão inteligente é a mais corajosa sempre. Parar, reconhecer o erro, a disfunção, o fracasso e redirecionar os recursos. Seguir e molhar a vela, quando bater o vento. Como diz o ditado, que não canso de repetir: “Quando você está em um buraco, a primeira coisa a fazer é parar de cavar e enterrar o cavalo morto”.
Fonte cesarwagner.com








