A Polícia Civil concluiu que Gabriel Lincoln, 16 anos, foi morto por um tiro acidental disparado por um policial militar durante abordagem em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, e que os policiais envolvidos forjaram a cena do crime para parecer que o jovem estava armado e justificar o disparo como legítima defesa.
A conclusão do inquérito foi apresentada nesta sexta-feira (22).
Segundo o delegado Sidney Tenório, membro da comissão responsável pelo inquérito, exames periciais comprovaram que o adolescente estava desarmado no momento da abordagem, o que contradiz a versão dos policiais de que ele teria atirado.
A comissão de delegados constatou que os policias apresentaram um revólver calibre 38 como sendo de Gabriel, para justificar a ação como legítima defesa.
“Depois de uma vasta investigação, que contou inclusive com exames periciais, como constatação de DNA, bem como de resíduo radiográfico, reprodução simulada, constatamos que o disparo foi acidental, mas também que a arma que foi apresentada pelos policiais militares não era de posse do adolescente, afirmou o delegado”.
Os três policiais militares foram indiciados:
- Um sargento, autor do disparo, por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e fraude processual
- Os outros dois integrantes da guarnição foram indiciados por fraude processual
Os nomes dos policiais não foram divulgados. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MP-AL), que decide se vai denunciar ou não os policiais militares.