A Colômbia registrou nesta quinta-feira (21/8) dois ataques terroristas no mesmo dia em que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país para participar de uma cúpula de líderes de países amazônicos. Os incidentes deixaram mortos e feridos entre civis e policiais, aumentando a preocupação com a atuação de grupos criminosos ligados ao narcotráfico e à violência armada.
O primeiro ataque ocorreu na cidade de Cali, localizada a cerca de 450 km de Bogotá, onde Lula participará da cúpula na sexta-feira (22/8). Duas explosões, cuja origem ainda não foi confirmada, foram registradas próximas a uma escola de aviação militar, causando a morte de pelo menos dois civis. Até o momento, as autoridades colombianas investigam se grupos armados ou facções criminosas estão por trás das explosões.
O governo colombiano identificou os atentados como parte de uma nova estratégia de grupos ligados à chamada “junta do narcotráfico”. Essas organizações, herdeiras de blocos paramilitares, estariam controlando dissidências e facções armadas em várias regiões do país, como as dissidências de Iván Mordisco, a Segunda Marquetalia e o Clã do Golfo. O governo trabalha para que a comunidade internacional reconheça essas estruturas como organizações terroristas, reforçando que suas milícias continuam operando em áreas como Cauca, Guaviare, Antioquia e a região do Caribe.
O segundo ataque aconteceu na cidade de Amalfi, a cerca de 370 km de Bogotá. Um helicóptero da polícia foi atingido por um drone, resultando na morte de pelo menos oito policiais e deixando outros oito feridos. O uso de drones evidencia a crescente sofisticação das técnicas utilizadas por grupos criminosos para atingir forças de segurança, ampliando o impacto das ações e a sensação de insegurança. O governo afirmou que investigações estão em andamento para identificar os responsáveis e reforçar a segurança na região.
A coincidência dos ataques com a visita de Lula adiciona pressão ao cenário político e diplomático colombiano. A cúpula amazônica, que ocorre em Bogotá, reúne líderes da região para debater políticas ambientais, desenvolvimento sustentável e cooperação internacional. A escalada da violência exige medidas adicionais de proteção para os participantes do encontro e aumenta a atenção sobre a capacidade do governo de garantir segurança em território nacional.
Especialistas em segurança afirmam que os atentados refletem o crescimento de facções que combinam atividades de narcotráfico e estratégias terroristas para intimidar civis e desafiar o Estado. A escolha de alvos estratégicos, como forças policiais e instalações militares, mostra o potencial de desestabilização dessas organizações, exigindo respostas rápidas e coordenadas por parte das autoridades.
O governo colombiano anunciou reforço do monitoramento em áreas de risco, com o objetivo de combater essas facções e interromper seu financiamento e logística. A visita de Lula, em meio à escalada de violência, coloca a segurança regional em destaque, lembrando a urgência de ações efetivas contra o avanço do narcotráfico e do terrorismo no país.
Fonte: polinvestimento.com