Diretiva secreta ao Pentágono abre possibilidade para operações em solo estrangeiro e gera debate jurídico
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou secretamente uma diretiva ao Pentágono que autoriza o uso de força militar contra cartéis de drogas latino-americanos classificados como organizações terroristas, segundo o The New York Times (NYT).
A medida cria uma base oficial para operações diretas no mar e em território estrangeiro, configurando o passo mais agressivo da atual campanha de Trump contra o tráfico de drogas. O objetivo declarado é conter o fluxo de fentanil e outras drogas ilegais para os EUA.
Planos militares e reação do México
Fontes ouvidas pelo NYT afirmam que militares norte-americanos já elaboram opções de perseguição aos grupos.
Após a divulgação das informações, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, negou a possibilidade de ação militar em território mexicano:
“Os EUA não virão ao México com as Forças Armadas. Nós cooperamos, colaboramos, mas não haverá invasão”, afirmou.
Expansão da ofensiva de Trump
O governo Trump já havia enviado tropas à fronteira para conter drogas e imigração irregular, além de designar vários cartéis como organizações terroristas estrangeiras. Entre os alvos estão o Trem de Aragua, a MS-13 e o Cartel de los Soles — este último, segundo Washington, comandado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Na quinta-feira (7), o Departamento de Justiça dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. A secretária de Justiça, Pam Bondi, declarou:
“Ele não escapará da justiça e será responsabilizado por seus crimes desprezíveis.”
A Casa Branca justificou que a prioridade de Trump é proteger o país, designando cartéis e gangues como organizações terroristas. O secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional, Marco Rubio, defendeu o uso de “todos os elementos do poder norte-americano” contra esses grupos.
Debate jurídico
Especialistas alertam que classificar grupos como terroristas permite sanções e bloqueio de ativos, mas não autoriza automaticamente ações militares de guerra.
Juristas como o contra-almirante James McPherson ressaltam que operações militares em outro país sem consentimento violam o direito internacional, exceto em situações específicas.
Nos EUA, o Congresso só autorizou o uso da força militar contra a al-Qaeda em 2001, após os atentados de 11 de setembro.
Fonte: contrafatos.com