Perícia descarta falha mecânica em ônibus que caiu na Serra da Barriga e matou 20 pessoas

O delegado Guilherme Iusten, que investiga o caso, acompanhou a coletiva e informou que o processo criminal, que busca um responsável pelas mortes, será extinto.

“Ficou comprovado que houve uma falha de procedimento, uma falha humana. Então caberia o processo por homicídio culposo, mas como o motorista que dirigia o ônibus também morreu no acidente, o processo criminal será extinto”, disse.

Uma força tarefa foi montada para retira o ônibus do local. Como ele é muito pesado, os técnicos dividiram o veículo em duas partes: primeiro foi retirado a parte da frente, depois a parte traseira, que era a mais pesada. Foi utilizado guinchos com cabos de aço para içar o ônibus.

Os perito disseram ainda, que apesar do ônibus ter ficado meses na ribanceira, não há indícios de que houve furtos de peças. “Apenas o motor de partida não foi localizado no veículo, mas não há indícios de que ele tenha sido removido indevidamente”, afirmou o perito Cantuária.

Um ônibus escolar, cedido pela Prefeitura de União dos Palmares, caiu de uma ribanceira carregando o motorista e 47 passageiros após apresentar uma falha mecânica na subida da Serra da Barriga. O grupo seguia para o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, onde acontecia o projeto Pôr do Sol na Serra.

A viúva do motorista do ônibus informou que o marido dela relatou problemas no dia do acidente. Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, é uma das 20 vítimas que morreram.

“Ele disse que o ônibus estava com problema na borracha, que causava [defeito] no freio. Eu acho que foi o que aconteceu na Serra da Barriga porque quando ele falou isso, ele já sabia que aquele ônibus estava com algum problema”, contou.

Ela relatou ainda que tentou convencer o marido a não ir trabalhar nesse dia, mas que ele justificou que precisava “ganhar o pão de cada dia da família“.