O pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou destaque internacional nesta terça-feira (15/7). Vários veículos de imprensa ao redor do mundo repercutiram o caso, que envolve acusações relacionadas à suposta tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na Espanha, o jornal El País destacou o pedido do Ministério Público, que acusa Bolsonaro de conspirar contra as instituições democráticas brasileiras. Já o jornal americano The Washington Post ressaltou a reação do ex-presidente, que comparou o processo a uma “caça às bruxas”. O portal espanhol El HuffPost evidenciou a existência de provas, como manuscritos e mensagens, que apontam para uma trama contra a democracia, conforme apontado pelo procurador Paulo Gonê Cut.
Além disso, importantes veículos internacionais, como o Wall Street Journal, o The Economist e o The Washington Post, criticaram tanto o Supremo Tribunal Federal (STF) quanto o governo Lula, levantando dúvidas sobre a legalidade e a legitimidade das ações judiciais contra Bolsonaro. Essas publicações apontam para possíveis violações constitucionais, legais e dos direitos políticos do ex-presidente.
O governo dos Estados Unidos chegou a enviar uma carta oficial expressando preocupação com o que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, além de alertar para supostas censuras ilegais e sigilosas nas redes sociais. Observadores internacionais afirmam que o STF libertou Lula para que ele pudesse concorrer às eleições e agora tenta impedir Bolsonaro de participar do pleito, visto como seu principal adversário.
Essa repercussão internacional tem provocado debates sobre a situação política no Brasil, com analistas questionando se o país está se afastando dos princípios democráticos, caminhando para um regime mais autoritário. A preocupação cresce tanto dentro quanto fora do país.
Nas alegações finais do procurador-geral, há uma descrição detalhada da invasão ocorrida em 8 de janeiro, destacando a suposta “sofisticação tática” e o uso de “ações de guerrilha”. Segundo a PGR, especialistas militares altamente treinados teriam participado da ação, utilizando objetos comuns — como grades e mangueiras de incêndio — de maneira estratégica para dificultar a intervenção policial.
Essa caracterização provocou críticas e dúvidas, já que guerrilha, tradicionalmente, envolve pequenos grupos que realizam ataques surpresa em ambientes hostis, diferente da ocupação de prédios públicos com auxílio de guias internos, o que não se encaixa na definição clássica.
O momento político e jurídico brasileiro está marcado por tensões intensas, com reflexos que ultrapassam as fronteiras nacionais e que provocam discussões sobre o equilíbrio entre o combate à criminalidade política e a defesa das instituições democráticas. O desenrolar desse processo será acompanhado de perto, pois revela a complexidade e a instabilidade que marcam a atual conjuntura do país, uma das maiores democracias da América Latina.
Fonte: pensandodireita.com