Ao citar a China, ministro do STF expõe despreparo e escancara afinidade com modelos autoritários, aponta Augusto Nunes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, voltou a ser alvo de críticas após uma fala desastrosa na qual tentou justificar a regulação das redes sociais. Durante sessão no STF, o ministro usou uma metáfora envolvendo a China e afirmou que “não importa a cor do gato, desde que cace o rato”, uma frase atribuída a Deng Xiaoping, ex-líder comunista chinês. A declaração, vista como uma defesa indireta de modelos autoritários de controle da informação, gerou forte repercussão.
O jornalista Augusto Nunes classificou a fala como uma demonstração do despreparo do ministro ao tentar improvisar conceitos históricos e filosóficos. Segundo Nunes, além de citar de forma equivocada um regime conhecido pela censura e pela repressão, Mendes tropeçou até na construção das frases, expondo desconhecimento e falta de preparo. “Se estivesse vivo, Carlos Lacerda, mestre da oratória, coraria de vergonha”, ironizou o jornalista.
A crítica aponta que Gilmar Mendes teria tentado construir uma analogia para defender a atuação do STF na regulação de conteúdos na internet, mas acabou escancarando afinidades preocupantes com regimes totalitários. Para Augusto Nunes, o ministro deveria “evitar falar de improviso” e estudar melhor antes de recorrer a comparações que, na prática, reforçam discursos em favor da censura e do controle da liberdade de expressão.
Fonte: cesarwagner.com