Ministros do Palácio do Planalto tomaram uma decisão drástica após a cirurgia de emergência a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido na madrugada desta terça-feira (10). “Não incomodem o presidente, ele precisa descansar”, afirmaram autoridades governamentais, dificultando o acesso ao petista, que se recupera na UTI do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
A emergência médica de Lula teve início na tarde de segunda-feira (9), quando ele começou a sentir fortes dores de cabeça e demonstrou grande indisposição durante o expediente no Planalto. “Estava sonolento e com olhos vermelhos”, disseram parlamentares que participaram das reuniões. Ao perceber o agravamento de seu quadro, Lula decidiu abandonar o trabalho mais cedo e foi levado ao hospital em Brasília.
Após uma série de exames, os médicos descobriram uma hemorragia e recomendaram a transferência imediata para São Paulo. Por volta das 22h30 de segunda-feira, o presidente foi colocado a bordo de uma aeronave para uma viagem de urgência, com pouso no Aeroporto de Congonhas por volta da 0h23 da terça-feira. A operação para controlar a hemorragia foi realizada ainda durante a madrugada por uma equipe médica especializada.
Apesar da cirurgia bem-sucedida e de Lula ter acordado da anestesia “lúcido e sem sequelas”, a prioridade do governo é garantir o descanso do presidente. De acordo com fontes próximas, ministros instruíram todos a não fazerem visitas, temendo que qualquer movimento inesperado possa interromper a recuperação de Lula. A previsão é que o presidente só tenha alta no início da próxima semana, quando deve continuar a recuperação em sua residência.
Alguns ministros, ainda assim, planejam ir até São Paulo para tentar visitar o presidente até o final da semana. No entanto, a recomendação oficial é que qualquer aproximação ao presidente seja feita apenas quando ele estiver em melhores condições. A estratégia de isolamento visa garantir que Lula possa recuperar suas forças sem pressões externas.
Com o Lula em recuperação, o vice-presidente Geraldo Alckmin assumiu a agenda de Lula em Brasília e já começou a conduzir os compromissos governamentais. Enquanto isso, o governo segue funcionando, mas a ordem é clara: “o presidente precisa descansar e não deve ser incomodado”.