Lula em reunião no Palácio do Planalto em 3 de agosto de 2024
Reuters/Adriano Machado
“A bola está com o presidente Lula”.
Essa é a resposta de assessores presidenciais sobre novas reuniões para definir o conjunto de medidas fiscais para garantir o reforço do arcabouço fiscal.
Levando, dessa forma, a um equilíbrio das contas federais e uma redução da dívida pública, que pode fechar este ano casa de 80% do Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou o fim de semana analisando as medidas propostas e terá de arbitrar entre as duas alas do governo.
A equipe econômica defende cortes de despesas e reforço do arcabouço fiscal para evitar juros mais altos no país com o objetivo de conter uma inflação em alta. Já a ala social resiste a corte de gastos, com apoio do PT.
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Uma das medidas que divide o governo é o aumento do salário mínimo. A equipe econômica quer limitar o reajuste real a 2,5%, como está definido dentro do arcabouço fiscal para determinadas despesas federais.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, é contra, sob o argumento de que o ajuste não pode levar o governo a recuar numa política adotada por Lula para atender à baixa renda no país.
Outro ponto que divide alas do governo Lula é a proposta de também incluir neste limite de aumento real de 2,5% as despesas com educação e saúde.
A ala social não concorda em acabar com a vinculação dos recursos para as duas áreas às receitas da União.
Interlocutores de Lula alertam que o presidente tem de lembrar que uma inflação em alta acaba apagando os efeitos positivos de programas sociais.
Foi o que aconteceu nos Estados Unidos, contribuindo para a derrota da candidata democrata Kamala Harris para o republicano Donald Trump.
Fonte: G1