O aumento de 7,11% no preço do litro da gasolina que passou a valer nesta terça-feira, 9, nas refinarias da Petrobras, ainda é insuficiente para cobrir a defasagem entre os preços praticados pela companhia e os valores que deveriam ter caso seguissem a paridade internacional. Uma conta que considera tanto as variações do câmbio quanto da cotação do barril de petróleo no exterior.
Preços abaixo da referência internacional por muito tempo prejudicam o lucro da companhia, já que ela ainda depende em parte da importação de petróleo para produzir seus combustíveis, além de espantar concorrentes do mercado de refino no país.
Nos cálculos do Goldman Sachs, o preço praticado pela Petrobras na gasolina ainda está 14% abaixo da referência internacional, enquanto o do diesel está 18% abaixo do preço de mercado. Ainda assim, o anúncio do reajuste — o primeiro promovido pela estatal desde outubro do ano passado e também o primeiro desde que a nova presidente, Magda Chambriard, assumiu a companhia, em maio — foi visto com bons olhos pelos analistas de mercado.
“De um lado, continuamos vendo o preço da gasolina abaixo da paridade internacional”, disse o Goldman Sachs em relatório a clientes. “Por outro, acreditamos que a notícia reduz parcialmente as preocupações dos investidores com relação às intervenções políticas na política de preços após a mudança recente de CEO.”
O banco de investimentos ainda mantém a sua recomendação de compra para as ações da petroleira, e acredita que os papéis ainda têm potencial para chegar aos 41,90 reais, além das distribuições de dividendos. As ações da companhia (PETR4) eram negociadas a 38 reais nesta tarde na B3.
As projeções são parecidas com as do Itaú, que acredita que o papel deve se valorizar até os 43 reais nos próximos meses. “Magda já comentou que a Petrobras não pretende fazer mudanças na política de preços, e esse reajuste reafirma o comprometimento da companhia em seguir executando sua estratégia comercial ao mesmo tempo em que evita repassar a volatilidade para os consumidores”, afirmou o banco em relatório.
FONTE: VEJA Negocios