O pedido que a Polícia Federal (PF) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o senador Renan Calheiros (PMDB) deve chegar até Alagoas. Segundo informações do Jornal O Globo desta sexta-feira (5), o presidente do Senado teria usado a campanha do filho para receber propina em forma de doação.
A PF sustenta que a propina teria sido acertada a partir de contrato obtido pela construtora UTC nas obras da usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ). Registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a direção do PMDB em Alagoas recebeu doações de R$ 1 milhão da UTC.
Renan teria procurado Ricardo Pessoa, dono da construtora, depois desse suposto acerto e pediu doações ao filho, de R$ 1,5 milhão, em jantares em hotéis de luxo em São Paulo. Ao fim da conversa, Renan teria citado o contrato da UTC em Angra 3. A PF suspeita que os pedidos foram “em razão da contratação do consórcio” para obras da usina nuclear.
A PF também já fez a identificação de três assessores de Renan, apontados como responsáveis pela marcação de jantares do senador com o empreiteiro e também por acertos de doações de campanha. São eles: Everaldo França Ferro, assessor legislativo no gabinete do senador; Marcus Antônio Amorim dos Santos, ajudante parlamentar intermediário do gabinete; e Bruno Mendes, ex-assessor de Renan. A PF apontou em relatório produzido sobre os assessores que Bruno é sócio de um escritório de advocacia e de uma empresa de consultoria. Também relatou indiciamentos em inquéritos policiais, sem detalhar sobre o que se trata.
Redação com O Globo