O avião que levava Marília Mendonça (1995-2021) para um show em Minas Gerais, mas caiu na serra de Caratinga, era alvo de denúncias na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). “A empresa acumula irregularidades que colocam em risco tripulantes e passageiros”, diz documento do MPF (Ministério Público Federal). A cantora de 26 anos e mais quatro pessoas que estavam com ela morreram na tarde desta sexta-feira (5).
Uma pesquisa pública feita no site da Agência mostra que a empresa proprietária da aeronave, a PEC Táxi Aéreo, acumula três processos no Estado de Goiás. No entanto, o sistema da agência afirma que a aeronave encontra-se em situação regular e que conta com autorização para realizar táxi aéreo.
No relatório do MPF, ao qual o Notícias da TV teve acesso, foram descritos os riscos do para-brisa da aeronave com prefixo PT-ONJ. “O vidro fica embaçado, com prejuízo visual em pousos e decolagens, fato conhecido pela empresa, porém ignorado”, afirma o documento.
O detalhe porém, ainda não foi atribuído à queda do avião onde estava a cantora sertaneja. A aeronave era um bimotor Beech Aircraft, com capacidade para seis passageiros.
O MPF também pontua que, segundo fontes do órgão, a PEC Táxi Aéreo teria se utilizado de “meios ilícitos de burlar a ocorrência de auditorias e vistorias da Anac”.
Outra informação obtida no documento diz respeito ao treinamento para voos, “lançando mão do código da Anac, de outro piloto com hora voo liberada”. Ou seja, excedendo a carga de trabalho permitida por lei, que é uma norma de segurança.
O Notícias da TV entrou em contato com a PEC Táxi Aéreo, mas não obteve resposta até a atualização deste texto. A Anac reforçou que a empresa tem autorização para realizar táxi aéreo e que o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade do avião, documento que atesta as condições deste tipo de veículo, é válido até julho de 2022.
Após a repercussão das informações públicas, o documento do MPF foi colocado em sigilo. A Aeronáutica, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), comanda as investigações do acidente e já começou o trabalho de apuração.
Avião caiu em cachoeira O acidente aconteceu por volta das 15h30. A cantora e as outras quatro pessoas que estavam com ela na aeronave morreram. O avião caiu em uma cachoeira. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros.
“O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informa que, nesta sexta (5), ocorreu a queda de uma aeronave de pequeno porte, modelo Beech Aircraft, na zona rural de Piedade de Caratinga. O Corpo de Bombeiros confirma que a aeronave transportava a cantora Marília Mendonça e que ela está entre as vítimas fatais”, diz.
Inicialmente, a assessoria de imprensa da artista chegou a dizer que ela teria sido resgatada com ferimentos leves. Marília estava acompanhada de um assessor, um produtor, além do piloto e do copiloto.
Segundo a GloboNews, que enviou um repórter para o local, a primeira pessoa retirada sem vida do avião foi um homem. Marília foi retirada na sequência e estava coberta por uma manta térmica.
A artista tinha um show marcado no parque de exposições João da Costa Mafra. A apresentação estava prevista para começar à 1h da madrugada de sexta para sábado (6).
Antes de entrar na aeronave, Marília Mendonça publicou um vídeo nas redes sociais revelando o que gostaria de fazer quando chegasse em Minas. Depois que a notícia da queda do avião se espalhou, a internet ficou desesperada, já que um avião muito parecido com o que foi mostrado nas redes estava aos destroços, e a cantora também não apareceu nas suas contas oficiais para falar se estava bem.
Fonte: NoticiasdatvUol