O presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), evitou os repórteres ao chegar ao Senado esta manhã.
Normalmente solícito, o presidente atravessou o Salão Azul cercado de seguranças e se encaminhou rapidamente ao gabinete. “Falo depois”, respondeu rispidamente, diante da insistência dos jornalistas.
A deflagração de nova operação da Polícia Federal hoje, intitulada Cantilinárias, apertou o cerco ao presidente do Congresso, alvo de cinco inquéritos no âmbito das investigações sobre ilícitos na gestão da Petrobras. Dois mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Alagoas, sendo um na sede do PMDB do Estado, que é presidido justamente por Renan.
Além disso, a ação da PF ainda atinge o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como possível interlocutor do presidente em negociações ilícitas na estatal. Outro nome ligado a Renan é Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que teria sido alçado ao cargo por influência de Renan. A Polícia Federal cumpre mandados no Ceará e no Rio de Janeiro em endereços relacionados a ele.
Outro alvo é o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), muito ligado ao grupo pemedebista do ex-presidente José Sarney e do próprio Renan, de quem é interlocutor.
Valor Econômico